Secretário de Saúde não aprende? Mesmo com decisão judicial, Mateus não é operado e pode morrer no DF



Diagnosticado com transposição dos grandes vasos do coração, menino espera por vaga em UTI para fazer cirurgia

Por Fernando Caixeta

Nascido há pouco mais de uma semana de vida, Mateus luta para sobreviver na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica do Hospital Regional de Sobradinho (HRS). Diagnosticado com transposição dos grandes vasos, o sangue não chega ao coração com a oxigenação necessária, e apenas uma cirurgia poderia garantir ao menino um crescimento saudável.

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A recomendação para cirurgia foi feita imediatamente após o parto, realizado no último dia 17, mas a família não conseguiu marcar o procedimento. No dia seguinte, a 8ª Vara de Fazenda Pública do DF emitiu ordem judicial para transferência ao Instituto de Cardiologia do DF (ICDF).

Mesmo diante da determinação judicial, uma semana depois, o bebê segue internado na UTI do Hospital de Sobradinho, sedado e com o organismo funcionando por meio de equipamentos e medicação pesada. E pode morrer a qualquer momento.

A mãe do recém-nascido, Larissa Ferreira da Silva, 21 anos, diz que o filho só consegue bombear o sangue por causa dos remédios, não tem forças para mamar nem fazer as necessidades fisiológicas há alguns dias.

 

Material cedido ao Metrópoles
Material cedido ao Metrópoles

“Dizem que não há vaga em UTI e estão procurando também na rede privada, mas a situação dele é tão grave que foi colocado como primeiro da fila. Está recebendo doses de adrenalina no máximo, e com o coração pulsando muito forte. Para continuar vivo, precisa de seis medicações fortíssimas em doses bem altas. Já não está respondendo bem ao tratamento, mas a dose não pode ser maior ou ele sofre uma parada cardíaca”, conta a mãe.

Larissa teme que, conforme o tempo passe, o estado de saúde do filho piore e ele fique com sequelas, ou pior, morra. “Quando nasceu, chorou, estava corado e eu conseguia amamentar, mesmo que pela sonda. Agora, os rins não funcionam direito, não ele faz mais xixi nem cocô e está roxo. Quem vê pensa que está morto”, emociona-se.

Para a mãe, moradora de Planaltina e atualmente desempregada, o bebê está sendo tratado com descaso por parte do sistema público de saúde do DF. “Hoje o defensor público me ligou dizendo que o nome do meu filho sumiu da lista de regulação na noite dessa sexta. Como a lista precisa ser atualizada todo dia pelo hospital, a médica disse a ele ter esquecido e teve de inserir novamente”, conta.

O receituário assinado pela pediatra neonatologista do HRS, Isabel Leal, no dia seguinte ao parto recomenta transferência urgente para unidade onde o menino possa ser submetido a um cateterismo e cirurgia cardíaca. O documento ressalta a gravidade do paciente e o risco de morte.

O outro lado
Em nota, a Secretaria de Saúde informou que o paciente está regulado para cirurgia cardíaca e internação em UTI, após o procedimento no ICDF. “Não há vaga na UTI da unidade, o que impossibilita a remoção neste momento (para o instituto). A Central de Regulação mantém ativas as buscas junto ao ICDF para que o paciente seja atendido o mais rapidamente possível”, destacou a pasta.

Fonte: Metrópoles



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