Yuri Freitas
As equipes participantes do 2º ciclo do Programa de Qualificação da Atenção Primária à Saúde (Qualis-APS) no Distrito Federal receberam o selo de qualidade Ipê, após concluírem com êxito o processo de capacitação e avaliação. A iniciativa – fruto de parceria entre a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-Brasília) e a Universidade de Brasília (UnB) – reconhece o esforço de profissionais e gestores na qualificação dos processos de trabalho e no serviço ofertado à população.
Neste ano, 615 equipes de Atenção Primária à Saúde (APS) foram avaliadas, sendo que 83 receberam a classificação máxima. Entre as 52 equipes multiprofissionais (e-Multi) desse ciclo, 12 também tiveram a certificação de cinco ipês-roxos. A cerimônia ocorreu na quarta-feira, 13.
O selo de qualidade Ipê selecionou a árvore símbolo do cerrado por ser considerada um símbolo de resistência frente às adversidades. A maior classificação do programa é a de cinco ipês-roxos, seguido por quatro ipês-amarelos, três ipês-amarelos, dois ipês-brancos e um ipê-branco.
“Há toda uma lógica de indicadores que já estão pactuados entre as Regiões de Saúde e a Administração Central da SES. Existe também uma espécie de auditoria externa, realizada hoje em parceria com a UnB, em que se faz uma série de questionamentos e avaliações da performance dessas equipes,” explica o diretor de Estratégia de Saúde da Família (DESF), Sandro Rodrigues. Ele pontua que a certificação é importante para valorizar e reconhecer o trabalho dos servidores e profissionais de saúde que lidam diretamente com as demandas da população nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
Programa Qualis-APS
O Qualis-APS realizado no DF é atualmente o maior projeto de avaliação da atenção primária do Brasil. “Não temos outro sistema dessa magnitude. Tivemos um total de quase cinco mil usuários ouvidos, participando das pesquisas de satisfação. São números gigantes, condizentes com a robustez da APS aqui no Distrito Federal.”
O programa é organizado em ciclos, cada um com quatro fases distintas que se repetem a cada nova etapa: de autoavaliação, de elaboração e execução do Plano de Ação para Qualidade (PAQ), de avaliação in loco e, por fim, de certificação. O primeiro ciclo ocorreu em 2022.
Para a coordenadora da “equipe prata” oriunda da UBS 7 de Taguatinga, na Região de Saúde Sudoeste, Neuzimar de Oliveira, “falar da premiação é falar da importância do trabalho da APS, da valorização do servidor e mostrar para a população o quanto é valoroso participar diariamente do cuidado integral à saúde.” Essa foi a segunda vez que a sua equipe, que atende mais de quatro mil habitantes, conquistou os cinco ipês-roxos.
“Foi gratificante trabalhar nesse segundo ciclo, ter a premiação, esse reconhecimento. Isso nos dá, sim, uma força maior para o nosso dia a dia, e energia para voltar ao trabalho e dizer assim: ‘nós realmente somos capazes”, conta.
Representando a UBS 7 de Planaltina, na Região de Saúde Norte, a “equipe borboleta laranja” também ganhou pela segunda vez a premiação máxima. “A nossa equipe é muito comprometida. Mesmo com as adversidades, consegue bater indicador, fazer planejamento, realizar ações dentro da unidade”, relata com orgulho a gerente da unidade, Maura Helena Pereira.