Por Kleber Karpov
A intenção da direção do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde de Brasília (SindSaúde-DF) de impor ao GDF a alcunha de representante de todos os servidores da Saúde do DF, foi para o ralo. Mesmo com um investimento milionário a tão difundida Assembleia-Geral Extraordinária (AGE), que ocorreu na manhã desta terça-feira (21/Mai), não contou sequer compor um quórum mínimo previsto no Estatuto para que houvesse deliberação dos sindicalizados.
Falsidade ideológica
Sob essa ótica vale ressaltar alguns fatores, como por exemplo, a tentativa da presidente interina do SindSaúde-DF, Marli Rodrigues (MDB), enganar o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), ao sugerir que a entidade sindical representa todos os servidores da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF). Ou mais interessante, tentar fazer crer, ao governo, do poder de mobilização de aproximadamente 53,5 mil servidores, entre ativos e ativos e inativos, vinculados à SES-DF, quando a entidade, mantém cerca de 5 mil sindicalizados junto a Secretaria.
Gastos
O segundo fator, foi o desperdício do pesado investimento em publicidade para divulgar a AGE realizada no Clube da Saúde que, em momentos de gloria, o SindSaúde-DF chegou a receber cerca de 2.500 servidores em deliberações de campanhas salariais ou movimentos paredistas. Porém, ainda com todo o gasto com site artigo especial, publicidade em painel predial e chamadas, todos nas empresas do Metrópoles, e ainda em outros veículos da cidade, a direção do Sindicato não conseguiu mobilizar, nem os cerca de 200 membros da entidade, quando somados diretores e delegados sindicais.
Pós-assembleia
O SindSaúde-DF, sem alarde como é costume fazer, publicou matéria sobre a assembleia em que comentou a ‘revelação’, da perda salarial em 35,75% por parte do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). “Essa defasagem apontada pelo Dieese não é apenas um número, é a realidade dura que enfrentamos diariamente. É hora de nossa categoria se unir e mostrar aos governantes que merecemos atenção e que a recomposição salarial é urgente”, enfatizou Marli Rodrigues sobre a assembleia.
No entanto, segundo apuração de PDNews, embora o Dieese seja o autor intelectual de tal estudo, o fez sob encomenda do Sindicato e, a partir de dados apontados pela entidade sindical. Mas, a julgar a credibilidade por parte da direção da entidade , envolvida em diversas investigações, ao longo dos anos, em especial, desde 2023 até a presente data, o fato concreto é que os servidores andam com a ‘pulga atrás da orelha’ quando o assunto é SindSaúde-DF.
Credibilidade, zero
Sob essa ótica, vale lembrar que contemplam tanto por realizar a venda de precatórios do benefício-alimentação e deixar de efetuar o repasse do recurso aos servidores, caso esse sob investigação do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), ou ainda de outras investigações, como o furto qualificado de aproximadamente R$ 8 milhões, ou indiciamento por apropriação indébita investigados pela Polícia Civil do DF, Polícia Federal, e MPs do DF e Território (MPDFT), Federal (MPF), e do Trabalho (MPT), casos esses que apenas deixam os servidores com a ‘pulga atrás da orelha’.
Validação da assembleia
Em tempo, a matéria do SindSaúde-DF, chama atenção ainda, sobre a tentativa de validar a importância da assembleia, com a opinião de uma sindicalizada. No caso em questão da servidora Joana Matos, da “servidora presente”, a relatar que a “importância da luta é inegável”, conforme relato publicado no site da entidade. “Já participei de outras batalhas ao lado do SindSaúde e agora não seria diferente. É a única entidade que nos representa de verdade e não posso ficar de fora. Essa perda salarial é um golpe duro demais; temos nossos compromissos financeiros e precisamos dessa recomposição”, afirmou.
O que o SindSaúde-DF, não comenta é que a pessoa em questão, Joana de Oliveira Matos de Souza, há anos fez parte da direção, ou da ‘panelinha’ do sindicato. A ponto de figurar entre as pessoas a receber depósitos bancários do Sindicato ou de funcionários, à época, responsáveis pelo caixa da entidade sindical.
Aliás, mesmo caso que deu origem a investigação por parte da Polícia Civil (PCDF), Polícia Federal (PF), além dos Ministérios Públicos Federal (MPF) e do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), no mesmo caso em que Marli Rodrigues permanece investigada por furto qualificado de aproximadamente R$ 8 milhões, além de ter filha, genro, ex-esposo e funcionário do Sindicato indiciado após denúncia aceita por parte do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT).