As escalam determinam que as viaturas devem ficar paradas
Por Elijonas Maia
Policiais militares do Distrito Federal receberam com estranheza a determinação do Comando-Geral de racionar o combustível das viaturas e estabelecer que todas patrulhem, no máximo, 30 km por dia. Escalas de patrulhamento obtidas pelo Diário do Poder mostram como está a situação desde a semana passada.
Assinados pelo capitão Thales Guimarães Pereira, chefe da Seção de Planejamento Operacional do 1 batalhão (Asa Sul), os documentos recomendam que as viaturas devem ficar em modo “PD”, que é ponto de demonstração. Ou seja, viatura parada na rua para que a população veja – e sem poder patrulhar.
Das 6h10 às 7h30, por exemplo, o carro deve estacionar no comércio da 302/303 Sul, “próximo à ilha de entroncamento da via”. Uma hora e meia depois, os policiais estacionam na quadra 502 Sul, onde permanecem parados por mais uma hora e meia. E assim segue a programação durante todo o dia, intercalando os estacionamento em, no mínimo, um hora e meia. Com essa “estratégia”, o comando acredita que vai economizar combustível porque as viaturas não estarão rodando pela cidade a todo momento.
A determinação se estende a outros batalhões e atinge diretamente o Batalhão Rodoviário (BPRv) e o Batalhão de Trânsito (BPTran), pois esses devem circular por várias vias durante o dia no DF. “É impossível ter esse limite de 30 km. Isso dá só uma viagem de ida da Asa Sul a Ceilândia”, disse um policial que preferiu não se identificar.
O deputado federal Alberto Fraga (DEM) levou o fato ao plenário da Câmara dos Deputados e fez duras críticas ao governador Rodrigo Rollemberg. “Acho que o governador que fazer economia em cima da segurança dos outros. Eu acho que ele tem que combinar ao fazer essas jogadas idiotas, com os bandidos, para que os bandidos fiquem em casa, para que os bandidos não pratiquem crime, sequestro relâmpago”. E acrescentou, “eu nunca vi tamanha estupidez, fazer racionamento de gasolina para a Polícia Militar, que está nas ruas, mas gasta milhões em publicidade”.
Apesar de todas as escalas e depoimentos dos policiais, em nota a comunicação da Polícia Militar disse que não há determinação de racionamento de combustível para as viaturas operacionais. “Há um racionamento de combustível somente na utilização de viaturas administrativas, ou seja, aquelas que executam o serviço burocrático”, completou a nota.
A assessoria afirmou que o contrato de fornecimento de combustível está em plena vigência. Porém, o Diário do Poder solicitou uma cópia do contrato na semana passada, a resposta foi que a seção não possuía o documento, mas que iria solicitar junto ao setor responsável. Até a publicação dessa matéria não houve o envio do contrato.
A Secretaria de Segurança Pública e o governador Rollemberg preferiram não se pronunciar.
Fonte: Diário do Poder