Sem pagamentos desde janeiro, clínica promete suspender hemodiálise à pacientes da SES-DF



Secretaria de Saúde afirma desconhecer possibilidade de suspensão de serviço. Empresa por ainda não recebeu nenhum pagamento em 2017

Por Kleber Karpov

Proprietários da Clínica de Nefrologia Renal Vida (Renal Vida), empresa de hemodiálise que presta serviços à Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF), ameaça suspender o atendimento de aproximadamente 90 pacientes da SES-DF que precisam filtrar o sangue. Sem receber em 2017 a Renal Vida cobra mais de R$ 1 milhão em faturas atrasadas.

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Política Distrital conversou com um dos sócios da empresa, que pediu sigilo da identidade. De acordo com o empresário, a Renal Vida, ainda não recebeu nenhum pagamento nesse ano. E sem fluxo de caixa, podem suspender os serviços ao longo dos próximos 20 dias.

“Nós ficamos sem fluxo de caixa, sem capital de giro e não temos como segurar por mais tempo. Nossa estimativa é que consigamos manter o atendimento aos pacientes por, no máximo, 20 dias. E você sabe, sem recursos não pagamos nossos fornecedores, que deixam de fornecer insumos, além de não conseguirmos manter os colaboradores. É uma situação desesperadora para nós que prestamos o serviço para a Secretaria [de Saúde] e também para os pacientes pois se suspendermos os serviços, fatalmente, muitos podem vir a óbito.”, explicou.

Confira as notas fiscais emitidas para 2017

Apropriação indebita

O empresário explicou que a Renal Vida que o recurso destinado ao pagamento da empresa é proveniente do Governo Federal. No entanto, o GDF recebe o repasse do Ministério da Saúde e deixa de efetuar o pagamento às prestadoras de serviço contratadas pela SES-DF.

“Nos somos credenciados no SUS e os recursos para pagamento das empresas de diálise são repassados pela União. Mas o que assistimos é o governo se apropriar da verba repassada pela União e não nos pagar”, disse.

Alerta

Segundo o empresário, outras empresas de hemodiálise passam pelo mesmo problema. “Se essas empresas pararem, hoje, cerca de 1.100 pacientes da Secretaria de Saúde do DF, que fazem hemodiálise regularmente, podem ficar sem atendimento. Se todas elas pararem e corre um grande risco, essas pessoas vão ficar sem tratamento e teremos uma tragédia anunciada pois muitas correm o risco de morte, em poucos cias, já que muitas não toleram ficar quatro, ou cinco dias sem terapia por dependem da diálise para se manterem vivas.”, reforçou o alerta.

Ainda de acordo com o empresário, caso ocorra uma suspensão dos serviços, dificilmente, a SES-DF terá condições de absorver tantos pacientes. “A rede pública é incapaz de atender a própria demanda.”, afirmou.

O que diz a SES?

PD entrou em contato com a SES-DF para questionar o problema de pagamento. Por meio da Assessoria de Comunicação a pasta ‘vendeu’ um ar de normalidade ao afirmar não ter conhecimento de possível suspensão dos serviços.

“A Secretaria de Saúde informa que não foi comunicada sobre possível suspensão de serviços. O serviço está sendo prestado normalmente. Quanto ao pagamento, o processo está em andamento.”, sugere a SES-DF, sem no entanto, informar uma data provável para o pagamento do serviço prestado.

Porém

PD teve acesso o um ofício da Renal Vida, de 10 de julho, em que a empresa cobra cerca de R$ 1 milhão em faturas atrasadas entre janeiro e maio desse ano e expõe a fragilidade da situação em decorrência dos atrasos dos pagamentos das faturas em aberto.

Opinião

Parece cômico, para não dizer trágico, ouvir o secretário de Estado de Saúde do DF, Humberto Lucena Pereira da Fonseca e par ao governador do DF, o socialista, Rodrigo Rollemberg, balbuciarem pelos quatro cantos do DF que a solução da Saúde pública do DF está no Instituto Hospital de Base.

Quando se leva em consideração que a SES-DF deve ter um custo, significativamente, superior aos atuais R$ 580 milhões para manter o HBDF, com contratações de médicos e demais profissionais de Saúde em regime celetista, além de garantir a manutenção da unidade, sem que, aparentemente a própria secretaria de Saúde tenha projeção de tais custos. Acompanhar o governo pendurado com dívidas, a exemplo da Rena Vida; Da empresa responsável pelas manutenções às caldeiras nos hospitais, onde os pacientes são obrigados a tomarem banho em água fria; Ou ainda, imaginar que a SES-DF, está há mais de um ano sem serviço de telefonia, por não conseguir pagar as contas telefônicas que permanecem cortadas.

Somente os deputados distritais, da base do governo, e seus cofres de interesses, para poder aprovar um projeto de lei, que cria um instituto e a probabilidade de enterrar de vez a Saúde Pública do DF.

 



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