Votação final do julgamento de impeachment de Dilma será retomada nesta quarta-feira (31/Ago), a partir das 11h.
Por Kleber Karpov
Na reta final, 63 senadores se manifestaram na tribuna do Senado Federal. Desses, Hélio José (PMDB), Antônio Reguffe (Sem Partido) e Cristovam Buarque (PPS), todos do DF, se manifestaram favoráveis ao impeachment da chefe da presidente afastada, Dilma Rousseff (PT).
Hélio José que chegou a confundir a mídia e a opinião pública, durante a sabatina na noite de terça-feira 29/Ago), em discurso na tribuna do Senado Federal (30/Ago), afirmou ter recebido, por parte do presidente interino, Michel Temer (PMDB), o comprometimento de dar atenção aos aposentados e os servidores públicos. Sob tal argumento, Hélio José confirmou o voto pelo impeachment de Dilma, mas lembrou que tal processo é traumático e pode deixar feridas.
” Não é fácil para o parlamentar assumir a responsabilidade de afastar um líder eleito pelo voto popular. Sempre haverá questionamentos sobre a legitimidade do processo, e feridas precisarão cicatrizar para que o Parlamento retorne à sua normalidade.”
O senador Cristovam Buarque lembrou a realização de audiências públicas em que alertava sobre a manipulação de dados contábeis e até proposto pactos e alianças para fortalecer o governo, no início do segundo mandato. Porém, o senador lamentou ser ignorado por Dilma Rousseff.
“Votarei pelo impeachment porque votar pela volta do governo Dilma seria perdoar os erros, as manipulações, a arrogância, a recessão, a inflação, a corrupção. Seria correr o risco de jogar o Brasil em uma escalada de desastres de uma economia sem rumo, uma política sem base de apoio, reentregar a máquina pública ao aparelhamento partidário, ao antipatriótico egoísmo do corporativismo. Sobretudo seria tolerar o uso de mecanismos fiscais que ferem a Constituição e as leis.”.
Reguffe por sua vez negou a tese de golpe defendido por Dilma Rousseff e observou que um governo está subordinado a legislação vigente e que um presidente deve ser servir de referencial para o cidadão.
“O governo editou decreto de crédito suplementar sem conformidade com a meta fiscal vigente no momento da edição dos decretos. meta essa constante da Lei de Diretrizes orçamentarias de 2015. E tanto assim o fez que precisou alterar a meta no fim do ano por não ter alcançado ela durante o exercício fiscal. Não é sério um país que tem uma meta fiscal, uma lei para ser cumprida e, não sendo cumprida, no fim do ano, simplesmente resolve mudar a lei para tentar legalizar o ato ilegal anterior. Isso não é sério. Isso não é coisa de país sério.”.