Após ser acusada de abandono de trabalho, por supostamente bater ponto e ir embora, investigação de Controladoria Setorial de Saúde demonstrou assiduidade laboral de técnica em enfermagem do HRT
Por Kleber Karpov
Acusada de bater o ponto e ir para casa, a auxiliar de enfermagem, Francisca das Chagas Alves Fabiano, lotada no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), foi inocentada após investigação em processo instaurado pela Controladoria Setorial de Saúde da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF). A servidora foi gravada, em vídeo (3/Abr), sem ter conhecimento e se tornou manchete nos veículos de imprensa, vítima de uma falsa denúncia.
O parecer da SES-DF foi emitido em 20 de abril, porém, somente na quarta-feira (6/Jun), Política Distrital (PD) teve acesso ao Processo 00060-00140014/2018-89, que inocentou a servidora da Saúde, acusada de bater o ponto e ir embora.
No documento, além de depoimentos da chefia imediata, outros acervos documentais comprovam a regularidade da atuação profissional e “demonstraram a produção e permanência na unidade de Nefrologia do HRT [Hospital Regional de Taguatinga] no dia 03/04/2018”.
No processo consta ainda que foi atestado a assiduidade da servidora, por meio de relatórios: de Marcações Capturadas; do Ponto Eletrônico, do sistema Track Care, em que “a servidora apresenta situações regulares referentes a licenças médicas e faltas injustificadas, ressaltando neste último tem, a ocorrência de apenas duas faltas no período de 01/01/2017 à 31/03/2018”.
No entanto, segundo a gestão, mesmo as duas faltas, após divulgado o resultado da investigação, foi também justificado, pois eram relativas ao mês em que teve início o processo da Controladoria Setorial de Saúde e, ainda estavam com pendências de processamento.
Entenda o caso
Francisca das Chagas foi gravada, sem conhecimento, e acusada de bater o ponto e ir embora. Entretanto, após tomar conhecimento da exposição do vídeo nas redes sociais, a servidora explicou que apenas tinhas registrado a presença no hospital e estacionado o carro próximo a área da Nefrologia, setor em que trabalha no HRT.
O caso causou constrangimento e uma série de transtornos à servidora, ao ser exposta nas redes sociais, que chegou a registrar ocorrência na delegacia de polícia para pedir esclarecimentos. No entanto, colegas de trabalho e representantes de entidades sindicais, que conhecem Francisca das Chagas, repudiaram a denúncia e apontaram possível ‘casinha’ contra a servidora.
Esse foi o caso do vice-presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do DF, Jorge Vianna, atualmente licenciado para disputar as eleições para a Câmara Legislativa do DF (CLDF), à época confirmou se tratar de falsa denúncia, após conversar com a chefe imediata da servidora. O Sindicalista, atualmente pré-candidato a deputado distrital criticou, tanto a exposição do vídeo quanto a reação das pessoas que o assistiram.
“Mas a servidora em questão é exemplar e ajuda bastante no setor em que trabalha. Eu conversei com a chefe dela que confirmou que ela trabalhou o dia normalmente. Então, enquanto sindicalista, vejo que houve excesso e até irresponsabilidade de comentários, sem saber verdadeiramente o que aconteceu.”.
Disseminação
No DF, o grupo Realidade do Povo (RDP) chegou a editar, para inclusão de hashtag e logomarca do RDP, além de repercutir o vídeo gravado da ‘denúncia’, em relação a servidora do HRT. Caso que aumentou a revolta de representantes de entidades sindicais e de profissionais de saúde, sobretudo os que trabalham com a auxiliar de enfermagem e atestam a idoneidade profissional de Francisca das Chagas.
Apenas com a distribuição de RDP, na rede social Facebook, a gravação atingiu, naquela ocasião, em apenas três dias, a visualização de mais de 25 mil pessoas.
Confira o documento:
Atualização: 7/6/18 às 13h57