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22 abr 2025 19:54

Servidores da atenção primária são obrigados a atender, sem capacitação adequada, em emergências de hospitais

Riscos, desfalques e ‘malandragem’ de gestores estão entre denúncias relacionadas obrigatoriedade de servidores lotados na atenção básica atuarem nas emergências

Por Kleber Karpov

Um servidor da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF) denunciou ao Política Distrital, a falta de capacitação de servidores lotados em Centros de Saúdes (CSs) do DF para tender nas emergências dos hospitais do DF. Por força de portaria, do secretário de saúde, Humberto Fonseca, os profissionais são obrigados a atender o equivalente a 30% da carga horária nas unidades hospitalares.

De acordo com o profissional, que pediu para não ser identificado, embora a Portaria nº 231, de 07 de outubro de 2016, estabeleça a nacessidade de treinamento, há casos de servidores com 20 anos de atuação na atenção primária, que passaram por um curso de duas horas.

“A Portaria nº 231, deixa claro que todos os servidores têm que ser capacitados para fazer os plantões nas unidades de emergências como UTIs, UPAs, e pronto socorro. Mas eles receberam apenas um curso de duas horas, três horas. Isso é insuficiente, pois temos servidores com 15 anos, as vezes 20 anos, longe da assistência.”.

Sem preparo

O servidor, afastado há oito anos da atenção primária, apontou haver “risco graves, inclusive de mortes de pacientes”. Isso porque falta aos profissionais de saúde, capacitação adequada para que os trabalhadores atuem nas emergências dos hospitais.

“Estou há oito anos afastado da assistência [da emergência]. Para se ter uma ideia,  com cinco anos, por exemplo, a medicação pode mudar, a fórmula de diluição também e há profissionais fazendo plantão nas emergências, sem experiência alguma, fazendo medicação e puncionando veias.”, explicou.

Esvaziamento

De acordo com o servidor, o esvaziamento de profissionais na atenção primária é outro problema grave. “Os gestores da Secretaria de Saúde estão ‘descobrindo um santo para cobrir outro”. Isso porque ao retirar os servidores que atuam nos Centros de Saúde, serviços a exemplo da vacinação foram praticamente desativados.

A crítica pode ser percebida em denúncias por parte da população e de entidades sindicais por meio da imprensa. Esse é o caso das salas de vacinas em CSs de diversas unidades de saúde do DF, a exemplo de Santa Maria e Ceilândia, denunciadas por diretores do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do DF (SINDATE-DF). Na última semana, o vice-presidente do SINDATE-DF, Jorge Vianna, denunciou o caso nas unidades de Ceilândia.

Burlando a própria regra

A Portaria nº 231 estabelece que exclui dessa obrigatoriedade aos servidores que compõem equipes de saúde da família (ESF), equipes de atenção básica (EAB), equipes de consultório na rua, equipes de atenção básica prisional e Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF).

Porém, de acordo com o sindicalista, na Região Oeste, ‘malandramente’ os gestores estão transferindo os servidores, lotados nas Unidades Básicas de Saúde para o Centro de Saúde 8 do setor ‘P Norte’, na Região Administrativa Ceilândia. Com essa ‘manobra’, os profissionais de saúde são ‘obrigados’ a cumprir os 30% de escala no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade.

O que diz a SES?

Política Distrital entrou em contato com a SES-DF e questionou sobre o tempo da carga horária do treinamento e a distinção do treinamento por categorias. A Secretaria, por sua vez, se limitou a informar que “foi oferecido um treinamento na Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde [(FEPECS)], aos profissionais, para atualização e aperfeiçoamento em urgências e emergências.”. Ainda de acordo com a Pasta: “A capacitação ocorreu a partir do final de outubro até o mês de novembro.”.

Confira a Portaria

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