Servidores da Saúde denunciam falta de materiais e problemas com lavanderias



Mesmo com a greve dos servidores da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF), os trabalhadores que não puderam aderir à paralisação por atuar nas Unidades de Terapias Intensivas (UTIs), urgências e emergências, têm muito a se queixar. A falta de materiais básicos, a exemplo de fraldas e capotes, problemas com lavanderias e até a falta de limpeza das unidades de saúde são motivo de reclamação.

Fraldas no Hospital de Santa Maria

No Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) a falta de fraldas descartáveis é motivo de conflitos entre servidores usuários. Os profissionais reclamam que os acompanhantes são obrigados a comprar o produto e levar para o HRSM para ser utilizado nos pacientes internados. Porém, a troca de escalas dos profissionais, e casos de doentes sem assistência familiar, os produtos constantemente é utilizado em outras pessoas.

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Em uma discussão em um grupo do aplicativo Whatsapp (16/Out) é possível sentir a real situação quando um profissional expõe o problema e pede cautela uma vez que os acompanhantes podem denunciar os servidores à corregedoria e esses por sua vez correm o risco de responder a Processo Administrativo Disciplinar (PAD).

 Por meio de do aplicativo Whatsapp um servidor pede cautela: “Houve um caso em que a família trouxe dois pacotes em um dia e no outro dia só restava apenas uma unidade. […] Sei que o uso em outros pacientes eh pensando no bem estar daqueles cuja família não fez a doação, porém isso pode gerar para nossas equipes transtornos e até denúncias na ouvidoria sobre desvio de recursos particulares.”.

Outro questionou se deveriam deixar os pacientes “pelados”. Um terceiro dá uma dimensão do drama na UTI do HRSM: “No plantão em que estive, uma paciente estava evacuada e com diarreia. Bom vi que tinha alguns paciente com fralda que os familiares trouxeram, mas achei injusto, não peguei. Mas meu coração ficou partido porque paciente com dermatite devido fezes, é difícil trabalhar sem recursos é desumano.”, desabafou.

Capotes no Hospital de Taguatinga

Enquanto isso os servidores do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) reclamam por ter que atender pacientes na UTI, com restrição de contato, porém, tinham que fazê-lo, sem o capote – vestimenta especial para evitar contato direto com a pessoa internada.

Um vídeo que chegou até o blog Política Distrital, uma servidora improvisa um capote para o colega de trabalho. A servidora recorta o que parece ser um tecido e, com um bisturi, improvisa a vestimenta.

Empresa de Lavanderia no Gama

No Hospital Regional do Gama, durante a visita do secretário de Saúde, Fábio Gondim, um grupo de servidores da unidade com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimento de Saúde do DF (SindSaúde-DF), Marli Rodrigues, questionaram o Secretário. Isso porque a empresa de lavanderia que atente, além do HRG, outras 17 unidades, segundo os servidores, não tem capacidade de atender a demanda de lavagem de roupas hospitalares do Hospital.

De acordo com os servidores há casos em a lavanderia não entrega a mesma quantidade, em peso, de roupas retiradas para lavagem e, o mais grave, situações em que algumas peças são devolvidas, sujas.

Os trabalhadores questionam ainda o motive de se manter um contrato com uma empresa terceirizada, quando a lavanderia do hospital do Gama está totalmente aparelhada para realizar a lavagem das  roupas hospitalares.

Falta de limpeza em Sobradinho

Agora a sujeira está tomando conta do Hospital Regional de Sobradinho (HRS). Isso porque os funcionários da Dinâmica, empresa responsável por fazer a limpeza do Hospital, entraram em greve por atrasos de salários. Segundo um servidor do HRS, que não deseja ser identificado: “Com a paralisação, do pessoal da limpeza servidores e pacientes convivem, com a falta de higienização do ambiente hospitalar.”.

Explicações da Secretaria da Saúde

Por meio da assessoria de comunicação (ASCOM), a SES-DF reconheceu a falta de fraldas nas unidades de saúde do DF. “A Secretaria reconhece que os estoques estão zerados no momento. No entanto, a Saúde informa que a empresa fornecedora deste material buscou a Ordem de Serviço hoje [16/Out], e tem o prazo de entrega de até 30 dias. A Gerência de Enfermagem está em negociação para o que prazo não seja esgotado.”

Em relação ao HRG a SES-DF informou que o contrato da empresa responsável pela lavanderia do Hospital está encerrado, porém: “Para não interromper o atendimento em sua totalidade, a contratada continua prestando o serviço até que o novo processo de licitação para este fim seja encerrado.”, afirma ao frisar que de acordo com Gondim, as máquinas voltarão a funcionar em sua capacidade total.

Quanto à falta de capote no HRT, a SES-DF informou que foi entregue na tarde de sexta-feira (16/Out), uma remessa de 5 mil capotes.

Em relação à limpeza a SES-DF informou que algumas unidades de saúde tiveram o serviço de limpeza reduzida e que não houve redução total. Ainda segundo a Secretaria, foi realizado, em 13 de outubro, o pagamento de R$ 358.538,13, relativo aos serviços prestados para a empresa Dinâmica: “O valor pago é e deve estar disponível na conta bancária da prestadora de serviço nesta sexta-feira (16). A pasta tem uma dívida referente ao mês de agosto de 2015 no valor de R$ 4.333.000,00. Deste valor, foi pago R$ 900 mil na terça-feira (13). A previsão é que na próxima semana o valor restante (R$ 3.633.000,00) seja empenhado.”



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