Pensando na melhoria da assistência à saúde à população em situação de vulnerabilidade ou em situação de rua, os servidores da Unidade Básica de Saúde 1 de Águas Claras decidiram montar um consultório dentro da Unidade de Acolhimento para Adultos e Famílias (UNAF) Areal. Em parceria com a direção da unidade, foi reservada uma sala para realização dos atendimentos, que ocorrem nas terças e quintas pela manhã.
A ideia surgiu do enfermeiro Edmon Martins e do médico da família Diogo Batista. Eles perceberam a necessidade de criar esse consultório dentro da UNAF porque os acolhidos no local dificilmente iam se consultar na UBS 1 de Águas Claras, referência de atendimento da região. Muitas vezes, se queixavam da distância de quatro quilômetros para irem a pé.
“É uma parceria que está dando muito certo, pois essa é uma população muito excluída perante a sociedade. Além disso, são pessoas vulneráveis a certas doenças, como infecções sexualmente transmissíveis, tuberculose hanseníase, além dos vícios com álcool e drogas”, explica o enfermeiro.
Os atendimentos na UNAF completaram um ano neste mês de janeiro. Ao longo de 2020 foram realizados 500 testes rápidos, sendo eles para a detecção de HIV, sífilis e hepatites virais B e C. Além de 200 consultas e cinco ações de assistência como, aplicação de flúor, palestras sobre o novo coronavírus, dengue e H1N1. Também foi realizado o rastreamento de tuberculose e hanseníase.
“Nossos atendimentos contribuem muito. Através dos atendimentos identificamos muitos moradores do abrigo com hipertensão e diabetes que não eram tratados. Com isso, receitamos medicamentos e agora eles estão fazendo o uso. Nosso objetivo é dar mais assistência a esse público vulnerável”, informa Edmon.
Todos as pessoas que entram na unidade de acolhimento passam pela consulta com o enfermeiro, que ocorre todas as terças e, dependendo do caso, são encaminhados para consulta com o médico da família, que atende nas quintas, pela manhã. Em casos mais graves ou de urgência, a direção da UNAF escreve uma carta relatando o problema de saúde e leva o paciente até a Clínica da Família do Areal.
Nos casos em que os pacientes são identificados com tuberculose, eles ficam na UNAF três meses a mais fazendo o tratamento médico.
A gerente da UNAF Areal, Márcia Vasconcelos, informa que o atendimento médico dentro da unidade é de extrema importância, pois “trabalhamos com públicos de idosos, portadores de deficiência física e famílias. Sem a saúde na unidade seria impossível dar qualidade de vida para nosso público”.
Segundo ela, o consultório facilita muito para os abrigados, porque muitas vezes eles não têm condições de ir até uma unidade básica de saúde, pagar condução, etc.