Pensem em um sistema de saúde que tem gasto 81% de seus recursos financeiros com Recursos Humanos.
O site teve acesso ao montante despendido em horas extras com os próprios médicos da pasta, o valor daria para contratar (377) novos médicos para substituir as horas extras causando um impacto financeiro positivo de R$ 3.806.904,53 à SES-DF.
Os maiores gastos da SES-DF em horas extras ficam por conta dos médicos clínicos, R$ 1.896.594,38 milhões de reais, em 11523 horas extras mensais; em segundo lugar, os médicos neonatologistas, R$ 591.980,90 milhões de reais, em 3366 horas extras mensais; assumindo a terceira colocação em gastos mensais com horas extras, estão os médicos pediatras, R$ 565.586,61 milhões de reais, em 3201 horas extras.
Descontrole – Para o controlador-geral do DF, Djacyr Cavalcanti, a situação calamitosa da Saúde está ligada diretamente a falhas de gestão na pasta. “O pagamento de horas extras, por exemplo, é feito sem o devido controle. O valor é creditado inclusive para servidores de licença ou de férias. Sabemos que certas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) foram criadas mesmo sem médicos, visando somente o recebimento de horas extras. E o pior é que essas UPAs funcionam somente na base de horas extras e quando a população procura atendimento, não encontra médicos”, afirmou na comissão geral promovida pela CLDF em (06/08).
“A proposta orçamentária elaborada em 2014 era de R$ 9,8 bilhões. Esse valor caiu para R$ 5,9 bilhões na Lei Orçamentária Anual. Há pouco disponível para custeio e menos ainda para investimento. Hoje o pagamento de pessoal representa 81% da nossa despesa. Pode sim haver falhas nas escalas e no pagamento de horas extras, mas não teremos como diminuir essas despesas de forma considerável”, afirmou o secretário de Saúde do DF, Fábio Gondim na Comissão geral.
Vamos aos demais números, registrando que as três especialidades acima, entram no total final:
Especialidade | Horas extras Mensais | Valor da Horas Extras Mensais |
Ginecologia e Obstetrícia | 2.629 | R$ 468.433,49 |
Anestesiologia | 2.276 | R$ 400.580,96 |
Ortopedia e Traumatologia | 1.938 | R$ 317.246,75 |
Generalista | 1.274 | R$ 228.134,60 |
Cirurgia Geral | 1.326 | R$ 218.629,64 |
Intensiva | 889 | R$ 130.081.36 |
Urologia | 365 | R$ 52.485,34 |
Nefrologia | 327 | R$ 47.818,92 |
Cardiologia | 219 | R$ 40.583,66 |
Psiquiatria | 216 | R$ 40.018,02 |
Medicina do Trabalho | 169 | R$ 35.532,30 |
Cirurgia Pediátrica | 176 | R$ 29.147,34 |
Neurologia | 118 | R$ 18.239,19 |
Anatomia Patológica | 112 | R$ 14.398,00 |
Neurocirurgia | 81 | R$ 11.952,97 |
Intensivista Pediátrica | 81 | R$ 11.584,79 |
Oftalmologia | 65 | R$ 10.791,33 |
Gastroenterologia | 64 | R$ 10.378,45 |
Médico da Família | 60 | R$ 8.628,38 |
Hematologia | 42 | R$ 6.211,10 |
Pneumologia | 33 | R$ 4.693,00 |
Total | 30.550 | R$ 5.159.731,48 |
São quatro mil e quatrocentos e sessenta e cinco médicos efetivos (4.465), trezentos e noventa e sete temporários (397), totalizando quatro mil oitocentos e sessenta e dois (4.862) servidores médicos na Saúde do DF.
Não adianta nomear médicos em áreas administrativas como sempre foi a pratica.
A saúde do DF precisa de um gestor capaz de colocar ordem na pasta com ferramentas gestoras, realocando cada qual em seu quadrado de atuação profissional.
É preciso entregar as escalas dos profissionais a uma consultoria de RH terceirizada para um amplo estudo e planejamento da força de trabalho, com foco na economia das horas extras.
Fonte: SES-DF – Lei de Acesso a Informação.
Fonte: Em Defesa da Saúde