Ação ocorre após TJDFT reajustar de R$ 100 mil para R$ 300 mil a multa diária por continuar a greve após decisão da ilegalidade da paralisação.
Por Kleber Karpov
Em reunião realizada na sede da Central Única dos Trabalhadores do DF (CUT-DF) na tarde de segunda-feira (19/Out) os representantes do Movimento Unificado em Defesa do Servidor Público decidiram manter e radicalizar a greve do funcionalismo público do DF. Os sindicalistas prometem ainda, ajuizar ação, na quinta-feira (22/Out), contra o governador, Rodrigo Rollemberg (PSB), junto ao Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) , por improbidade administrativa.
As decisões ocorrem após o GDF pedir e o TJDFT reajustar de R$ 100 mil para R$ 300 mil, o valor da multa, por dia parado, após a notificação da ilegalidade da Greve. Os sindicalistas argumentam que devem ajuizar a ação uma vez que Rollemberg está descumprindo 33 Leis aprovadas na Câmara Legislativa do DF (CLDF) e, sancionada pelo ex-governador, Agnelo Queiroz (PT), entre 2013 e 214 que incorporaram gratificações aos salários dos trabalhadores.
Na ocasião da reunião com as entidades sindicais, outros dois sindicatos aderiram ao movimento de greve. O Sindicato dos Trabalhadores em Escolas Públicas no Distrito Federal (SAE-DF) que deflagrou a greve nesta segunda-feira (20/Out) e o Sindicato do Servidores do Detran do DF (Sindetran-DF), com paralisação prevista à partir de 27 de outubro. Dessa forma o Movimento Unificado passa a contar com 19 entidades ligadas ao funcionalismo público em greve no DF.
Apoio dos distritais
Na terça-feira (20) os sindicatos devem ser reunir com os líderes partidários, na Câmara Legislativa do DF (CLDF), para reiterar o pedido de apoio dos parlamentares. Os sindicalistas querem que os distritais cobrem do Executivo, o pagamento, ou, o agendamento de cronograma de pagamento dos reajustes concedidos por Agnelo entre 2013 e 2014, dentro de um prazo considerado, coerente.
No último encontro do governador com os representantes das entidades sindicais, Rollemberg propôs iniciar o pagamento dos reajustes, somente, a partir de maio de 2016, o que não foi aceito pelas categorias.
Radicalização da greve
No caso dos sindicatos ligados á Saúde do DF, com o reajuste do valor da multa, a resposta das categorias será a radicalização do movimento. Com isso os sindicatos devem fazer mobilizações diárias para garantir o máximo possível de adesões de servidores, dentro da margem de 30% estabelecidas pela Legislação. Os sindicatos prometem uma semana movimentada com uma série de ações ‘surpresas’, além da massificação de ações de marketing para “demonstrar as reais intenções de Rollemberg em relação ao funcionalismo público.”, afirmou um sindicalista ao Política Distrital, que prefere não quer ser identificado.
Mais greves…
O Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF) deve realizar nova assembleia na terça-feira (20/Out) para decidirem se mantém ou finalizam a greve deflagrada na semana passada. Os servidores do Instituto Médico Legal (IML) estão em operação padrão desde sábado (17/Out) e devem se reunir com o governo para tentar negociar um acordo com o GDF e prometem parar caso não saiam com uma proposta coerente em relação as reivindicações. E ainda deve engrossar o caldo, os servidores representados pelo Sindicato dos Enfermeiros do DF (SEDF) que aguardavam o término do prazo regimental de 72 horas – de aviso ao GDF e à Secretaria de Estado do Saúde do DF (SES-DF) – de modo que possam cruzar os braços, ‘juridicamente amparados’.
Curiosidade
Vale observar que os ‘reajustes salariais’ concedidos à cerca de 130 mil servidores do GDF na gestão de Agnelo, na verdade foram incorporações das Gratificações de Atividades, das respectivas categorias, a exemplo dos Técnicos Administrativos (GATA) ou dos Médicos (GAM), ou odontólogos (GAO). Algumas negociadas e acordadas durante a gestão do ex-governador, José Roberto Arruda (ex-DEM, atual PR).
Na gestão de Agnelo, após mobilizações, greves e negociações com o Executivo e o Legislativo as incorporações foram realizadas por meio de Projetos de Lei (PLs), votados e aprovados pela CLDF e sancionados pelo antecessor de Rollemberg.