Sindicatos e a ‘Saga de Agnelo’: Em ação ou omissão?



O mês de Dezembro e até as últimas horas de gestão do governador Agnelo Queiroz (PT) tem tirado o sossego dos Sindicalistas. Ao menos é o que espera cerca de 40 mil servidores do GDF e trabalhadores de empresas prestadoras de serviços do GDF em relação aos sindicatos que os representa.

Em geral o fim de ano sempre foi ‘sensível’ para a máquina pública, por causa do pagamento do 13º salário. Mas o ‘apagão’ de gestão de Agnelo, com um rombo estimado em R$ 3,8 bilhões aos cofres do GDF, tornou a situação insustentável. Ao longo do mês de Dezembro o que se viu foi os trabalhadores cruzarem os braços e tentar receber os salários, ou ao menos parte deles.

O GDF ainda deve mais de R$ 200 milhões em salários ou resíduos salariais. Trabalhadores de 18 órgãos estão sem receber, alguns desde Outubro, a exemplo dos professores de escolas infantis. Os servidores que fazem aniversário em Dezembro ainda não receberam o 13º Salário. As férias e horas-extras também não foram pagas.

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Essa situação afetou a rotina dos trabalhadores, principalmente dos servidores públicos, que tiveram o fim de ano totalmente comprometido. Por tabela, cabe aos sindicatos pressionar o governo para garantir os valores devidos a título de salários cheguem às contas do funcionalismo público e das empresas prestadoras de serviços.

A reação Sindical:

Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos do DF (SindMédicos), Dr. Guttemberg Fialho, a entidade acionou o GDF na Justiça e sugeriu aos médicos que ficaria a critério de cada um cumprir ou não as horas-extras. O SindMédicos também tem conversado com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) sobre a crise da saúde do DF.

A direção do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Distrito Federal (Sindate-DF), protocolou queixa crime junto à Polícia Federal contra Agnelo os secretários da Secretaria de Estado de Saúde (SES-DF), da SEAP-DF e ainda o Secretário da Fazenda do DF, (SEFAZ-DF), por apropriação indébita de resíduos salariais e de repasse de contribuição sindical à Entidade. Nessa terça-feira (30/Dez), o vice-presidente do Sindate, está no Sindate, atendendo sindicalizados e tentando garantir que os profissionais da Enfermagem, recebam os valores devidos.

O Sindicato dos Professores (Sinpro-DF) além das diversas paralisações entrou com uma liminar (24/Dez) exigindo o pagamento imediato do 13º salário, e também com representação junto ao MPDFT pedindo a responsabilização do GDF pelos danos causados aos professores.

O Sindicato dos Enfermeiros (SEDF) também entrou com pedido de intervenção junto ao MPDFT e à Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) cobrando os pagamentos por parte do GDF.

Outros Sindicatos tanto de servidores públicos quanto o de trabalhadores terceirizados também têm cruzado os braços e entrado com recursos na Justiça. É o caso do Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação (Seac) e do Sindicato das Empresas de Segurança Privada, Sistema de Segurança Eletrônica, Cursos de Formação e Transporte de Valores (Sindesp) que tentam garantir os pagamentos dos trabalhadores que prestam serviços ao GDF junto ao  Ministério Público do Trabalho (MPT).

Mas há Sindicatos que apenas desejaram feliz Natal e ano novo aos sindicalizados, embora prometam cobrar à ‘fatura’ em Janeiro. Nesse caso, provavelmente, ao novo governador, Rodrigo Rollemberg (PSB) que assumirá o GDF na próxima quinta-feira (1º/Jan).

Esse é o caso do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde do DF (SindSaúde), que representa servidores de nível médio e fundamental. Isso porque após conseguir garantir o pagamento dos servidores (12/Dez), a direção do Sindicato se anunciou nova assembleia apenas para o dia 6 de janeiro e entrou em recesso por quase um mês. O Sindicato bem que ensaiou uma mobilização no Hospital de Base do DF (HBDF) na última semana, porém, segundo os servidores da unidade de saúde que não quiseram se identificar: “Ficamos a ver navios”.

Enquanto isso no GDF…

O GDF diz ter recursos em caixa. O secretário de Administração Pública, Wilmar Lacerda, diz que Agnelo redirecionou R$ 1 bilhão para arcar com as despesas de salários atrasados, o que ficou prometido para hoje (30/Dez), no entanto, os servidores amanheceram o dia com as conta bancária no vermelho. Mas foram tantas as promessas não cumpridas de Lacerda que os servidores acionaram o botão de pânico.

Isso porque os que podem estão recorrendo a empréstimos e uso de cartão de crédito para poder se virar. Os que não podem contar com tal recurso estão apenas vendo as contas se acumularem. Claro, acrescidas de multas e taxas de juros de mora.

Enquanto isso na Esplanada dos Ministérios, Agnelo concretiza mais uma ação ególatra, após conseguir, na Justiça, por força de liminar, realizar a festa de réveillon, ao custo de mais de R$ 1,6 milhões, retirados de áreas prioritárias do DF.

Os sindicatos por sua vez, esses têm demonstrado o quanto estão preocupados e lutam, ou não, por seus representados.



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