Por Kleber Karpov
Após tiroteio pesado da categoria, em especial da carreira de Gestão e Assistência Pública à Saúde do Distrito Federal (GAPS), a gestão do Sindicato dos Empregados em Estabelecimento de Saúde de Brasília (SindSaúde-DF) atingida, caiu do muro. Muito embora a direção do Sindicato, ‘caiu atirando’. Mas dessa vez, a presidente da entidade, Marli Rodrigues, ex-candidata a deputada federal pelo MPB, geralmente armada com metralhadora, dessa vez sacou panelas e colheres para ‘disparar’ palavras de ordem contra o Palácio do Buriti, consequentemente, ao governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB) e a vice-governadora, Celina Leão (Progressista).
O caso ocorre, após a ouvirem, na terça-feira (17/Set), da secretária Executiva da Secretaria de Estado de Economia do DF (Economia), Ledamar Sousa Resende, sobre a inexistência, para o momento, de uma proposta por parte do governo para, promover o reajuste da categoria GAPS. De acordo com gestora, a Pasta devolveu o processo à Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF), para realização de “ajustes técnicos”, posição essa que deixou os profissionais da GAP, com ‘sangue nos olhos’ em relação ao SindSaúde-DF.
Afinal, o sindicato acabou por ‘sabotar’ a proposta original apresentada do Movimento Unificado pela Valorização da carreira GAPS durante reunião com secretário da Economia, Ney Ferraz em 5 de setembro, ocasião em que Ferraz recebeu os representantes das categorias, em assembléia em frente a Câmara Legislativa do DF (CLDF), a pedido do deputado distrital Jorge Vianna (PSD). O parlamentar atuou para tentar garantir, junto ao governo, a interlocução entre o GDF a categoria.
A proposta do Movimento Unificado, que teve um ajuste da Secretaria de Saúde, prevê uma tabela com aumento de 27%, a serem pagos anos anos de 2024, 2025 e 2026, além da redução de 25 para 18 anos nas referências e a criação de uma gratificação por atividade estratégica no valor de R$ 2 mil reais.
Mas, sem apresentação de proposta à carreira GAPS, a categoria decidiu pressionar o Sindicato para a realização de uma greve.
Sob pressão
Os servidores da carreira GAPS, pressionaram a direção do SindSaude-DF, que convocou a paralisação, para esta quinta-feira (19/Set), uma vez que a Associação dos Servidores Públicos da Saúde do DF (ASPSES-DF), que detém a liderança da mobilização da categoria, não tem a prerrogativa de endossar movimentos paredistas. Isso, em razão da necessidade de se negociar corte de ponto, multas e etc., Demandas essas, geralmente, custeadas com recursos provenientes da contribuição do Sindicato.
Greve a vista
Conforme apuração de PDNews, a categoria não abre mão de protagonizar a deliberação sobre a deflagração ou não, do movimento paredista e, diz que não pretende sair da assembleia, sem a aprovação da deflagração de greve. Iniciativa essa que levou o SindSaúde-DF, ainda que a contragosto, a convocar a mobilização para submeter o governo a escrutínio de um panelaço, conforme anúncio da presidente interina do Sindicato, Marli Rodrigues.
“Coisa de esquerda”
O vídeo de chamada da mobilização gravado pela sindicalista, emedebista, em que sugere um ‘panelaço’ para o governador, em tempos de polarização política acabou por repercutir em crítica.
“Coisa de esquerda, comentou uma servidora GAPS que pediu sigilo da identidade, ao questionar a publicação. “Com esse vestido vermelho, de panela na mão. Voltou às origens?, perguntou ao fazer referência ao Partido do Trabalhador (PT), agremiação que Marli Rodrigues pertenceu há cerca de uma década atrás.
Marli Marçal?
Em tempo, sempre que Marli deixa o QG da cúpula do SindSaúde-DF, o mais recente, em uma mansão no Lago Sul, surge uma pérola, a máxima da vez foi o comentário de uma aposentada em relação ao pagamento dos precatórios vendidos por Marli Rodrigues à Cia Toy Brinquedos. Caso esse, que teve denúncia aceita pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT)..
“Essa aí está merecendo é uma cadeirada para pagar nossos precatórios”, disse em referência ao episódio que se transformou em même, após apresentador e candidato à prefeitura de São paulo, José Luis Datena (PSDB), dar uma cadeirada no concorrente, Pablo Marçal (PRTB).
Piadas e cadeiradas a parte, a categoria que segue fielmente o movimento unificado, coloca o SindSaúde-DF contra a parede, ao exigir, que a entidade, deixa a “zona de conforto” e cumpra com o papel de defensor dos interesses da categoria, independente do que a carreira GAPS venha a deliberar. “O Sindicato tem muito dinheiro dos precatórios e do imposto sindical. Eles é que tem que pagar a multa, o dinheiro é nosso!”.
Fato é que, essa manifestação tem tudo para ser mais uma dor de cabeça para Marli Rodrigues. No que depender dos apostados, nos grupos, os aposentados recorrem ao golpe dos precatórios e se organizam para estar, em peso, prontos para bater panela, mas contra a Presidente.
Expectativas e incógnitas
Se as assembleias realizadas pelo SindSaúde-DF foram esvaziadas, a ponto de não ter sequer quórum deliberativo. Com excessão da última, em 5 de setembro, que lotou graças ao Movimento Unificado da carreira GAPS. Sob essa ótica, a julgar que mesmo nessa última a categoria se manteve coesa com a ação de Silene Almeida, a ponto de darem as costas ao caminhão para ouvir as propostas da liderança. A pergunta que não quer calar é:
Quantos servidores devem atender o comando de bater panela, pois, essa é uma tentativa de identificar o movimento como sendo todas pessoas ligadas ao SindSaúde-DF. Será que alguém cai nesse golpe?
Segundo apuração de PDNews, a categoria GAPS deve se fazer presente na Assembleia, em peso, afinal, a categoria está a atender a convocação do Movimento Unificado para atender a convocação do SindSaúde-DF. Com apitos, camisetas azuis e balões para fazerem um evento digno de ser visto e lembrado!
PDNews, a julgar que a sindicalista é do partido do governador, no que tange aos riscos, uma vez que a presidente do Sindicato conta com indicações de dezenas de cargos na estrutura do GDF, além de gozar com prestígio em gabinetes palacianos, legislativos e até de órgãos de controles. Isso com nomeações na Economia, na Região de Saúde Leste, na Defensoria Pública do DF, na Região de Saúde do Gama, da Sudoeste, no TCDF, na Administração Central e dizem que, até mesmo, no IGESDF. Será que a sindicalista, vai de fato querer ofuscar vaias ou outras reações, com panelaço, que a deixem o governo em saia justa?
Por ser do mesmo partido do Governador Ibaneis, alguns servidores acreditam que a sindicalista não teria nenhum problema em resolver o problema da categoria, no que tange a negociação de reajuste. Outros sugerem que a sindicalista criou dificuldade para vender facilidade! Mas, será mesmo?
Algumas fontes dizem que, essa paralisação foi uma jogada de mestre da sindicalista para tentar mostrar prestigio e dominação sobre a categoria. Dizem até que utiliza liderança do grupo do Movimento Unificado para tentar criar um cenário de assembleia cheia, por iniciativa deles.
Mas, isso também é uma jogada de risco, pois, na última vez que o SindSaúde tentou manipular a categoria, a mesma virou as costas para o carro de som e deixou ela e a diretoria com cara de tacho em cima do carro de som.