Presidente da CUT-DF nega argumentos utilizado por SindSaúde-DF e aponta inadimplência há dois anos.
A primeira etapa do susto do não pagamento dos servidores do GDF passou, ao menos por hora. Isso porque no dia 20 de Dezembro o governador Agnelo Queiroz (PT) terá que honrar com o pagamento das Horas-Extras e do 13º salários dos servidores que aniversariam em Dezembro. Àqueles em cargos comissionados também estão com a pulga atrás da orelha, pois devem receber na mesma data. Para piorar o cenário servidora do Hospital de Base do DF (HBDF) denuncia que o ex-presidente e atual tesoureiro do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde do DF (SindSaúde-DF), Antônio Agamenon, coloca mais fogo na lenha ao afirmar que servidores entrarão 2015 sem salário.
Mas pelo parecer de apoiadores e amigos de Agnelo os servidores serão aterrorizados por mais tempo. Isso porque segundo relato da servidora do HBDF, Márcia Pereira, o sindicalista, Agamenon, esteve no HBDF na tarde da última quinta-feira (12), sugerindo que os servidores guardassem dinheiro pois: “não haverá salário em Janeiro”, relata Márcia.
Em se tratando de rombo parece que tanto o SindSaúde quanto o GDF parecem ser especialistas. O GDF, conforme levantamento do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), está com déficit que pode ultrapassar os R$ 2 bilhões. Logo Agnelo deixará no caixa do GDF ao recém-eleito a governador, senador, Rodrigo Rollemberg (PSB), vazio. O que se espera é que Rollemberg esteja ‘rebolando’ nesse momento para garantir no plano de contingenciamento, os recursos necessários para arcar com as despesas do atual governador, o que inclui os pagamentos dos servidores públicos do DF.
Já no que tange a Agamenon, talvez a maior preocupação é garantir que os servidores recebam para que o SindSaúde possa usufruir do aumento de arrecadação uma vez que o
Sindicato reajustou recentemente a contribuição dos sindicalizados, que já era a maior do DF. A Entidade acabou com o piso de R$ 70 e o teto de R$ 150, dependendo do valor do salário do trabalhador, reajustando o valor do desconto para R$ 160, linear.
Em se tratando de recursos, o Sindicato talvez tenha que explicar alguns alguns escândalos em que esteve envolvido: apropriação indébita de recolhimento de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), de contribuição ao Instituto Nacional de Previdência Social (INSS) e de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRPF), além
de suposto esquema de desvio de dinheiro, também de apropriação INSS e do FGTS,
o TJDFT encaminhou o caso para a Justiça Federal(Nov/2013). O caso está sendo julgado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Isso leva a presumir que a entidade, com arrecadação de aproximadamente R$ 1 milhão no início de 2013, deveria ter muitos recursos.
Calote na CUT-DF
Recentemente a diretoria do Sindicato publicou matéria no website da Entidade (24/Nov) sobre a desfiliação da Central Única dos Trabalhadores (CUT-DF) e ingresso na Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), na sob o argumento que representantes da CUT-DF não se fizeram presentes em uma assembleia realizada pelo Sindicato, embora a CUT-DF revele que o Sindicato estava inadimplente desde 2012.
SindSaúde mente para a categoria?
Após ser procurado pelo Blog Política Distrital, o presidente da CUT-DF, Rodrigo Britto, deu outra versão em relação ao argumento da desfiliação do Sindsaúde da Central:
“Sobre a saída do Sindsaúde da CUT o que tenho a informar:
- A CUT foi informada, por meio de ofício encaminhado pela presidenta do Sindsaúde, praticamente na véspera da data da assembleia sobre sua realização e pauta (desfiliação da CUT).
- Encaminhamos, imediatamente, ofício solicitando a presidenta da entidade uma reunião com a direção do Sindsaúde para dialogar sobre o ponto de pauta. O ofício nunca foi respondido.
- Ser filiado a Central Única dos Trabalhadores (CUT) é acreditar e praticar os princípios de autonomia e independência, liberdade sindical, solidariedade de classe e, principalmente, acreditar na construção de uma sociedade socialista. Então, se você não acredita ou não pratica estes princípios não tem como ser CUTista.
- Sobre a inadimplência, a entidade sindical permanece sem cumprir com suas obrigações desde o início de nossa gestão na CUT (2° semestre de 2012).
- Por fim, lamentamos a saída do Sindsaúde da Central Única dos Trabalhadores (CUT) pois quem perde com isto não é a direção do sindicato, mas sim os trabalhadores e trabalhadoras que fazem parte da categoria. Muitas lutas específicas e gerais serão travadas em 2015 e como será a participação dos companheiros e companheiras? Afinal, as direções dos sindicatos passam, mas o que fica e importa de fato são as entidades sindicais e seus trabalhadores. Por isto, independente da direção do Sindsaúde, a CUT, que é o maior instrumento de luta da classe trabalhadora no Brasil, América Latina e um dos mais importantes do mundo, continua com seu compromisso de defender, apoiar e lutar para garantir avanços e conquistas para os trabalhadores e trabalhadoras que são da base sindical do importantes. Nossas portas estarão abertas para receber a todos e todas, basta nos procurar.”