Após o GDF cancelar reunião com representantes do Sindicato dos Policiais Civis do DF (SINPOL-DF), a entidade publicou nota em que questiona tal cancelamento. A entidade sindical tenta, desde janeiro, negociar com o governo pautas de reivindicação da categoria.
Confira a nota na íntegra
O Sinpol/DF, mais uma vez, surpreende-se com o cancelamento de uma reunião com o GDF.
Reforçarmos que a falta de uma solução para a questão da PCDF gera instabilidade para o sistema de segurança pública da capital.
Hoje,16, e amanhã, 17, a diretoria do sindicato estará reunida, internamente, com as lideranças e com as bases da categoria, a fim de montar as estratégias de mobilização dos policiais civis, para os próximos dias.
Esclarecemos à sociedade que esta situação já vem sendo protelada há mais de um ano, por falta de uma postura proativa do Governo do Distrito Federal.
Comunicamos também que a categoria policial civil não está em greve nesse momento, mas vem sofrendo processo de total descaso e sucateamento da instituição, cuja função é investigar todas as espécies de crimes, desde o crime organizado até os crimes de menor potencial ofensivo.
A falta de valorização profissional tem gerado tamanho desestímulo, que tem como consequência o aumento dos índices de criminalidade e da violência na capital dos brasileiros.
Até o presente momento, os policiais civis têm sido tolerantes com o governo do DF e têm se mostrado abertos ao franco diálogo.
No dia 30/01, o governador Rodrigo Rollemberg se comprometeu, perante os representantes da categoria, o seu secretariado e pelo menos três deputados distritais, que iria resolver a questão da Policia Civil, apresentando uma proposta no dia 24 de fevereiro.
Neste dia, o secretário da Casa Civil, Sérgio Sampaio, telefonou aos representantes dos policiais desmarcando a reunião e dizendo que a proposta seria oferecida na semana posterior ao carnaval. Disse ainda que a proposta seria oferecida pelo próprio governador.
Apesar de todos os apelos e contatos feitos pelos sindicatos e pelos deputados distritais na semana que passou, o GDF permaneceu silente.
Diante desse silêncio, os policiais civis dirigiram-se à Casa do Povo do DF – Câmara Legislativa (CLDF) – para cobrar dos distritais o compromisso do governador, diante da sua própria presença. O Governador também afiançou sua palavra ao presidente da CLDF, de que iria resolver a questão da PCDF. Por isso nossas atividades da semana vigente concentraram-se naquela casa.
Nos últimos meses, demonstrando boa vontade e proatividade para com as negociações, a categoria diminuiu o ritmo de suas mobilizações e ações de impacto.
Ao longo das últimas semanas, foram desencadeadas diversas operações policiais que acarretaram na prisão de centenas de criminosos, dentro e fora do Distrito Federal. Ações de combate ao crime organizado, ao tráfico de drogas e soluções de crimes complexos, como homicídios, estupros e sequestros.
Assim, a polícia civil tem cumprido o seu papel institucional. Entretanto, o desestímulo dos profissionais é tamanho que não estão descartadas a retomada de uma série de medidas que visem denunciar o sucateamento desta instituição.
Cabe lembrar que os policiais civis foram a única categoria, da União e do Distrito Federal, que não teve recomposição salarial nos últimos sete anos. Os policiais civis não recebem horas extras, não recebem adicional noturno, não possuem assistência à saúde física e mental.
Não usurpamos as funções de nenhuma outra categoria. Tampouco temos a pretensão de ocuparmos todos os espaços vazios e deixarmos descoberta nossa função principal.
O que queremos apenas é a solução de um impasse que já dura praticamente toda a gestão do atual governo, para, enfim, concentrarmos todo nosso esforço em prol do que sabemos fazer: retirar das ruas criminosos de alta periculosidade e mantê-los encarcerados em razão das provas robustas que colhemos por meio da atividade fim dos policiais civis, que é a investigação.
Sinpol/DF
Juntos Somos Fortes
Brasília, 16 de março de 2017