O Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) se propõe a esclarecer alguns pontos da entrevista de Eric Seba, diretor geral da Polícia Civil do DF, veiculada na imprensa brasiliense no último domingo, 17.
Não é novidade a situação de sucateamento da PCDF, conforme o Sinpol-DF vem amplamente denunciando e, por meio de ofícios protocolados na própria Direção Geral da Polícia Civil, cobrando soluções: há delegacias funcionando em instalações provisórias, há as que precisam de reformas ou necessitam ser reconstruídas. Também falta até material de escritório em algumas unidades.
Além disso, também é de conhecimento geral – e isso também já foi debatido em diversas reuniões com a instituição – os problemas recorrentes com as armas da Forja Taurus, especificamente as pistolas 24/7, amplamente utilizadas pelos policiais civis no cotidiano. O problema já conquistou, inclusive, projeção nacional, mas está longe de ser resolvido.
Se há munições, os policiais civis do DF ainda não receberam. Mas, conforme já informado pelo Sinpol-DF ao diretor geral, também não há munição para os treinamentos. Os coletes à prova de balas recentemente adquiridos pela PCDF não foram distribuídos em todas as delegacias; algumas ainda continuam com coletes vencidos – o Sinpol-DF já recomendou aos policiais civis que evitem usá-los para não pôr a vida em risco. A última aquisição atende a menos de 30% do efetivo de 4.800 polícias efetivos.
O diretor da PCDF afirma, ainda, que a produtividade não caiu. Mas não menciona que isso ocorre porque os policiais civis têm seguido com as investigações em detrimento da saúde, sobrecarregando-se de trabalho, ao realizar o serviço de dois ou até três servidores, colocando a própria vida em risco para cumprir com a sua responsabilidade – enquanto isso, tanto o governo como a instituição recuam do compromisso de valorizar a categoria.
Como também já exposto pelo Sinpol-DF, o número de novos policiais civis não supre nem as aposentadorias mais recentes. A PCDF enfrenta o maior déficit de pessoal da história, trabalhando com metade do efetivo ideal, em todos os cargos.
Ainda nesse ponto, o Sinpol-DF informa que em três semanas de operação “PCDF Legal”, pelo menos 16 mil Provas Testemunhais deixaram de ser realizadas, o que atesta o cumprimento da cartilha pela grande maioria da categoria.
Nos próximos dias, a mobilização partirá para uma segunda fase, mais abrangente, sendo estendida para as Delegacias Especializadas e Institutos de Polícia Técnica, como o de Identificação e Criminalística.
O Sinpol-DF ainda aguarda nova agenda com o governador Rodrigo Rollemberg, uma vez que na última reunião com o sindicato, ocorrida há três semanas, ele pediu um prazo de 15 dias para voltar a dialogar com os policiais civis.
Fonte: Ascom/Sinpol-DF