Situação dos servidores lotados no IGESDF preocupa distritais

Decreto do GDF prevê que os servidores da Secretaria de Saúde lotados no Instituto têm prazo de 120 dias para retornarem, sob pena de suspensão da remuneração e instauração de processo administrativo disciplinar



Por Eder Wen

O impasse envolvendo a situação de servidores de carreiras pertencentes à Secretaria de Saúde, mas lotados no Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF), foi tema hoje (8) de vários discursos no plenário da Câmara Legislativa. Deputados foram à tribuna para criticar um decreto assinado pela governadora em exercício, Celina Leão (PP), que determina o retorno imediato de todos esses servidores para a Secretaria de Saúde. De acordo com o decreto, os servidores têm prazo de 120 dias para retornarem, sob pena de suspensão da remuneração e instauração de processo administrativo disciplinar.

O deputado Jorge Vianna (PSD) se posicionou contra o retorno dos servidores e disse que será apresentado um projeto de decreto legislativo para suspender a determinação. “A governadora Celina fez um decreto pedindo a volta de todo mundo. Não pode ser assim, pois cada servidor tem uma história pessoal. Vamos suspender esse decreto e conversar. Vamos ouvir os trabalhadores”, apelou.

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Dayse Amarilio (PSB) disse que busca uma “ferramenta jurídica” para tentar resolver a situação e que “os servidores não podem mais viver nessa angústia”. A deputada também fez questão de pontuar que não apóia nem se opõe ao governo. “Eu não sou oposição nem base. Eu sou Distrito Federal. Estou aqui para dar voz aos profissionais de saúde”, declarou.

O presidente da Casa, deputado Wellington Luiz (MDB), disse que conversou com a governadora em exercício em busca de uma solução. “Estive com ela hoje mesmo e ela se mostrou preocupada com a situação. Esses servidores merecem respeito, até porque foram fundamentais na pandemia”, afirmou.

Para o líder do governo, deputado Robério Negreiros (PSD), é preciso envolver o Tribunal de Contas do DF (TCDFT) nas negociações. “Isso não foi feito da cabeça da governadora em exercício, mas sim porque o TCDFT tem ensejando responsabilização dos gestores. Precisamos trazer o tribunal para discutir isso”, defendeu.

Fábio Félix (PSOL), por sua vez, defendeu a extinção total do IGESDF. “ O IGES-DF não entrega o que prometeu. Falta medicação, as cirurgias não são cumpridas. A verdade é que o IGES-DF precisa ser revogado, não deve existir. O comando precisa voltar para a Secretaria de Saúde”, disse. O distrital também se posicionou contra a remoção dos profissionais do IGESDF. “Querem tirar profissionais capacitados, que estão lá há 20 anos e devolver para a Secretaria de Saúde. Como achar cardiologistas, oncologistas com a experiência deles? Espero que o governo tenha juízo e revogue essa medida”, disse.



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