Por Kleber Karpov
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, tornou público o vídeo de reunião, alvo de investigação por parte da Polícia Federal (PF), da sobre a tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Segundo o STF, a liberação ocorre, em decorrência de “inúmeras publicações jornalísticas com a divulgação parcial e editada de trechos da reunião ocorrida em 05/07/2022 entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus ministros”.
O caso traz à luz da sociedade brasileira a oportunidade de se ‘separar o joio do tribo’, e impedir, por exemplo, que discursos e especulações, a exemplo do praticado pelo senador e ex-vice-presidente da República, Hamilton Mourão, em reação a ação da PF, da Procuradoria-Geral da República (PGR), devidamente autorizados pelo STF, em relação a investigação e a execução de mandados de busca e apreensão contra entes da cúpula política ou militar, brasileira. Com inclusão de generais de quatro estrelas, partícipes da ativos e passivos, ao planejamento de um possível golpe de estado.
Condição essa, ao que indicam as investigações e os anais da história, com ‘ensaios’ acompanhados pela sociedade brasileira. São exemplos, a depredação e tentativa de invasão da sede da PF em Brasília, em dezembro de 2023; a tentativa de explosão de um caminhão de combustível nas proximidades do Aeroporto Internacional de Brasília – Presidente Juscelino Kubitschek, as vésperas do Natal, daquele mesmo ano; ou ainda os atos de depredação e invasão dos prédios dos Três Poderes da República, no 8 de janeiro.
Confira o vídeo, na íntegra:
Entre meninos e lobos
Esse episódio, na gestão de Bolsonaro, reincidente, a julgar reunião anterior que estarreceu o país e resultou na exoneração do ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, talvez seja um marco que por analogia, demonstram que a sociedade brasileira paira “entre meninos e lobos” em analogia ao obra do autor britânico William Golding intitulada ‘O Senhor das Moscas’ (Lord of the Flies).
Analogia essa, em que a classe política, dado o cenário político do país, de tentativa em se reestabelecer a estabilidade, dado tais revelações, deveria se obrigar a assumir uma posição. Ou o político se posiciona do lado da democracia, independente de ser situação, ou oposição a governos, que sempre vão existir, ou um golpista. Nesse último caso, que sofra as devidas sanções previstas pela Legislação brasileira, se e, sempre, que eventualmente incorrer em práticas criminosas, respeitado o devido processo legal conforme prevê a Constituição Federal, de 1988, da República Federativa do Brasil.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.