Renato Rainha aponta deficiência de gestão por falta de profissionais, capacitação e equipamentos para avaliações
Por Kleber Karpov
Na terça-feira (26/Abr), o presidente do Tribunal de Contas do DF (TCDF) Renato Rainha concedeu entrevista ao também presidente do Sindicato dos Médicos do DF (SindMédico), Gutemberg Fialho, para o programa SindMédicoTV. Na ocasião, um dos assuntos abordados com o conselheiro do TCDF foi a dificuldade de a Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF) realizar avaliações de classificação de risco dos usuários nas unidades de Saúde do DF.
O primeiro ponto abordado por Fialho foi a classificação de risco nas unidades de saúde visitadas pelo TCDF, em especial, os hospitais regionais de Ceilândia (HRC) e da Asa Norte (HRAN).
Rainha explicou que a classificação de risco precisa ser melhorada nas unidades do DF e mencionou o Hospital de Base do DF (HBDF) em que é satisfatória, de acordo com o estipulado pelo protocolo de Manchester [Sistema Manchester de Classificação de Risco que classifica, após uma triagem baseada nos sintomas, os doentes por cores]. Segundo o Conselheiro, naquela unidade, entre 80% e 90% dos casos são classificados.
Porém, segundo o presidente do Tribunal, no HRAN apenas 9% em janeiro e 5% em fevereiro foram computados nas unidades do HRC e no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), o que considerou um índice baixo.
“Isso nos preocupa muito porque o senhor sabe muito melhor que eu e, os médicos que nos assistem, muito melhor que todos que, se o paciente chegar com a saúde grave no hospital e não tiver um atendimento imediato, certamente, ele vai evoluir para o agravamento da saúde e até com a morte o que nós queremos avaliar.”
Fialho lembrou que as deficiências das gestões passadas continuam a acontecer na atual e comprometem a classificação de risco. De acordo com o Sindicalista, uma vez que o usuário não tem atendimento na periferia recorre ao Pronto-Socorro para obter atendimento.
Rainha observou ainda que outro problema grave é a falta de profissionais qualificados para realizar a classificação de risco. “Em muitos [hospitais] nós não tínhamos enfermeiros para atender o paciente e fazer a classificação”, disse.
O Conselheiro apontou também a falta de equipamento que deveria auxiliar na realização da classificação de risco. Isso porque segundo Rainha, na unidade visitada, o aparelho que tinha quebrou e a SES-DF não realizou licitação para fazer a reposição.
Com informações de SindMédico-DF