A reforma do Teatro Nacional Cláudio Santoro recebeu, nesta terça-feira (10), uma visita técnica acompanhada pelo secretário de Cultura e Economia Criativa, Claudio Abrantes, pelo subsecretário de Patrimônio Cultural, Felipe Ramón, e por engenheiros e técnicos da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). Na ocasião, o secretário anunciou a meta de conclusão da Sala Martins Pena e de seu foyer, que estão com 75% da reforma concluída, até dezembro deste ano.
A reabertura do Teatro Nacional acontecerá parcialmente, com a volta do funcionamento da Sala Martins Pena, que tem capacidade para 500 pessoas, mas o espaço cultural possui outras duas salas que ainda serão reformadas e recuperadas: a Sala Alberto Nepomuceno, com capacidade para 100 pessoas, e a Sala Villa Lobos, com capacidade para 1400 pessoas. “Resolvemos começar pela Martins Pena por uma questão de logística, custo e facilidade do projeto, que já estava bem encaminhado. Se a gente for ver o histórico de construção do Teatro Nacional, a primeira sala a ser construída foi a Martins Pena. O teatro funcionou desde 1964 até 1979 somente com essa sala. A Villa Lobos era um grande vão vazio. Lá teve concurso de carnaval, concurso de miss, missa do galo, alistamento militar, o que você pensar acontecia lá no espaço Villa Lobos até a sala ser construída”, explicou o secretário.
Além de reabrir parcialmente o Teatro Nacional, Abrantes ressaltou o compromisso de apresentar um planejamento com os próximos passos da reforma. “A nossa meta é reabrir a Martins Pena este ano. Não apenas reabrir essa sala, mas também apresentar um planejamento e um cronograma de como será a reforma e restauro da Sala Villa Lobos e demais dependências do Teatro Nacional”, disse.
A estimativa do valor total da Sala Martins Pena é de 70 milhões, entre reforma e restauro. “Não é uma mera reforma, pois exige restauro e peças importantes, como nos painéis de Athos Bulcão. Isso exige uma equipe específica com expertise em Athos Bulcão e isso também se repete em vários lugares da sala”, afirmou o secretário.
Já a Sala Villa Lobos, devido a suas dimensões, exigirá um valor de investimento mais alto. “Na Villa Lobos, será feito um processo de licitação. Os projetos já foram aprovados na Secretaria de Cultura e entregues ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para avaliação. Tão logo tenhamos essa resposta, pretendemos lançar a licitação dessa sala e das outras dependências, que estimamos que ficará em pelo menos R$ 150 milhões. É uma obra cara, mas nós estamos falando de talvez no maior equipamento cultural do país, com 50 mil metros quadrados de área construída e com novas intervenções que melhoram a segurança, o conforto e a acessibilidade”, concluiu.
Confira abaixo os destaques das melhorias implementadas no Teatro Nacional com a reforma.
Sala da água fria
Entre as novas intervenções na estrutura do Teatro Nacional está a sala da água fria, que foi construída para resolver problemas de climatização do local. Apesar de existir ar condicionado na estrutura anterior do teatro, a qualidade do ar não era ideal. A partir da instalação da sala da água fria e de perfurações para circulação de ar, uma estação vai tratar e purificar o ar para que o expectador tenha maior qualidade no ar que vai respirar no local.
Sala de geradores
Outra estrutura nova é a sala de geradores, que conta atualmente com dois: um para atender a parte de emergências e combate a incêndios e o outro para atender a parte de iluminação, tomadas e climatização no caso de falta de energia da concessionária. A previsão é de que mais três geradores sejam instalados para atender a Sala Villa Lobos e o Teatro Nacional como um todo, garantindo sua autonomia energética.
Salas de espetáculo do Teatro Nacional
As paredes da sala Martins Pena eram cobertas por uma espuma que foi condenada por ser altamente tóxica. Como não havia necessidade de intervenções acústicas, a espuma foi substituída por uma tinta especial. Também está sendo feita a substituição dos assentos da sala, que foram condenados porque o tipo de espuma era altamente inflamável, e a madeira da época não era tratada para ter resistência a incêndios. As novas cadeiras foram desenhadas de acordo com a estética original esboçada pelo arquiteto Sérgio Rodrigues.
Além disso, acesso para pessoas com mobilidade reduzida está sendo facilitado com a reforma. Anteriormente, os cadeirantes expectadores teriam que ficar na parte de cima da sala, e os artistas cadeirantes que quisessem acessar os camarins tinham que realizar o acesso por meio da Sala Villa Lobos. A nova Sala Martins Pena contará com um elevador, tornando possível o rápido acesso do cadeirante expectador às fileiras e do cadeirante artista, aos camarins sem ter que fazer um percurso muito longo.
Outra novidade estrutural são duas saídas de emergência, com acesso para ambulâncias. Antes da reforma, no caso de necessidade de evacuar rapidamente, a plateia teria que usar as saídas tradicionais, o que poderia trazer problemas em casos de imprevistos.
Por fim, dentro da sala e no foyer, existem dois painéis de Athos Bulcão, nos quais o trabalho de restauração já foi iniciado. A Fundação Athos Bulcão realizou um trabalho de mapeamento, constatando que as obras estão em bom estado de conservação e serão facilmente recuperadas.