Técnico de radiologia denuncia, à CPI da Saúde do DF, a falta de manutenção dos aparelhos



Por Zildenor Ferreira Dourado

A falta de manutenção dos aparelhos de radiologia – como tomógrafos – na rede pública de saúde do DF e o direcionamento do atendimento dos pacientes nas clínicas privadas foram denunciados pelo presidente do Conselho Regional de Radiologia, Adriano Levay, em depoimento na reunião desta quinta-feira (23) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga indícios de irregularidades na gestão da Secretaria de Saúde.

O técnico advertiu que atualmente cerca de “85% dos exames que poderiam ser feitos na rede pública de saúde do DF” estão sendo executados em clínicas particulares. Segundo criticou, “dos dez tomógrafos dos hospitais públicos, 60% estão quebrados”. Ele afirmou ainda que as máquinas de revelação que ainda estão funcionando são obsoletas, com 30 a 40 de uso, comprometendo a qualidade das imagens obtidas.

“O resultado desse sucateamento são péssimas imagens e o comprometimento dos laudos para detecção das patologias”, enfatizou, reclamando também da falta de radiologistas para a emissão desses laudos. Ele defendeu que os valores pagos com horas extras aos profissionais de saúde seriam suficientes para a contratação de técnicos e médicos especializados na área de radiologia.

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Lavay informou aos deputados que entregaria um documento com todas as denúncias envolvendo as falhas na operação da radiologia que prejudicam os pacientes, como a não-manutenção dos aparelhos. Ele lamentou que o conselho de radiologia já apresentou aquelas irregularidades à Vigilância Sanitária e Secretaria de Saúde, sem receber qualquer resposta.

Entre alguns casos relatados pelo representante do conselho, chamou a atenção dos deputados que integram a CPI o abandono no corredor de base de um aparelho de petscan, por falta de local adequado para abrigá-lo com gerador, como também o fato de o tomógrafo estar quebrado.

O presidente da CPI Wellington Luiz (PMDB) e o relator Lira (PHS) consideraram graves as denúncias trazidas pelo técnico de radiologia, lembrando que o depoimento confirma o sucateamento também da área de radiologia e aponta para uma postura deliberada de adoção do modelo de contratação de organizações Sociais (OSs).

Organizações sociais

Ao final da reunião, a proposta de contratação das organizações sociais gerou um debate acalorado entre o presidente e o relator da CPI com o deputado Roosevelt Vilela (PSB), que defendeu a adoção desse modelo de gestão como uma alternativa viável. O deputado Cristiano Araújo (PSD) leu relatório oficial apontando que no Rio de Janeiro a contratação das organizações sociais na área da saúde foi considerada “desastrosa”.

Fonte: CLDF



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