Por Luciene Rodriuges
Esqueçam o icônico De volta para o futuro, vamos falar de novidades, algumas não tão novas, mas esquecidas ou subestimadas pelos fãs do gênero. Imagine poder voltar no tempo e mudar sua história. Parece incrível, mas uma rápida análise faz pensar que muita coisa poderia dar errado, afinal, qualquer mudança no passado poderia mudar todo o curso da história, nada mais seria certo e até sua própria existência estaria em risco, certo? Pois com esses filmes não seria diferente. Estão reunidos aqui os melhores filmes que mostram que mexer com o passado pode destruir o futuro, ou gerar grandes desastres. Vamos a eles e confira fotos de terror que capturam a essência desse clima de suspense.
1 – Efeito Borboleta
Já considerado um clássico, o filme de 2004 pode não ter agradado a crítica especializada, mas foi um sucesso que retumba até dias atuais, sendo um dos mais cultuados, do gênero. O filme trazia Ashton Kutcher como ator principal numa trama envolvente e eletrizante, onde um jovem universitário descobria como voltar no tempo para seu próprio corpo infantil. O ritmo era marcado pelas diversas tentativas de consertar erros do passado que causaram grandes traumas ou perdas. Mas como quase todos (se não todos) com esse enredo, tudo saía muito mal, e cada tentativa criava um futuro pior.
2 – Durante a tormenta
Esse filme espanhol conta com um elenco de atores consagrados, como a atriz principal, Adriana Ugarte e Álvaro Morte (Professor, de La casa de papel). No mesmo roteiro de “tente consertar erros do passado e veja tudo desmoronar”, o suspense e ficção científica traz uma mulher com uma vida aparentemente perfeita, um casamento perfeito, uma filha, uma carreira. O quadro muda quando ela descobre uma velha tv em seu porão, com a qual consegue se comunicar com um garotinho do passado, vivendo naquela mesma casa. Ao investigar a vida futura do garoto, ela descobre coisas ruins que acontecem a ele, e tenta salvá-lo. A intromissão na linha do tempo gera consequências gravíssimas para seu próprio futuro e ela, em desespero, terá de lutar para recuperar a vida de sua filha.
3 – Dia sem fim
O filme coreano (não confundir com o drama americano “Dias sem fim”) é um dos mais subestimados, e também um dos melhores do gênero. Ele começa deixando uma questão para o expectador: O que você faria se vivesse o mesmo dia, todo dia, repetidamente, e todo dia um maluco tentasse matar sua filha? Pois Kim Joon-Young está passando por isso. O famoso cirurgião vê sua filha morrer num acidente, mas acorda no dia seguinte e ela ainda está viva. Então ela morre novamente no mesmo acidente. Daí para frente, ele luta pra descobrir como evitar a morte dela, entrando numa teia de lapsos temporais. O problema será quando ele descobrir o porquê de estar nela. Aqui o dilema vai para o campo da ética médica e da culpa.
4 – O som do trovão
– Aqui vale a teoria de Murphy, de que se algo pode dar errado, vai dar errado, da pior maneira possível. Na imaginação sem limites de Ray Bradbury, ele vai muito mais longe nessa teoria. A premissa vem de uma máquina do tempo que leva pessoas (milionárias, obviamente) ao passado, para praticar caça esportiva a… Dinossauros! Isso mesmo. A ideia de caçar animais já extintos parece inocente, incapaz de gerar efeitos nas vidas de humanos, milhões de anos à frente, especialmente levando em conta a regra básica de não alterar nada no passado (no caso, o dinossauro “caçado” estava prestes a morrer em um desastre natural). Mas a natureza cobra seu preço e tem o tempo como seu aliado, e um simples bater de asas de borboletas no período jurássico pode destruir o futuro humano.
5 – A ligação
Esse é um daqueles filmes subestimados, que passam despercebidos, mas que escondem uma história genial. A jovem Seoyen volta para a vila onde viveu, para sua antiga casa. Por ter perdido seu celular, ela usa o velho telefone fixo da residência, mas ao receber uma chamada de outra jovem, aparentemente em apuros, ela percebe que está falando com alguém que está naquela mesma casa, há 20 anos atrás. Uma rápida pesquisa na internet e ela descobre que a moça seria assassinada, então resolve avisar e salvar sua vida… Tudo parece ir bem nessa trama temporal, erros do passado, mortes, crimes, tantas coisas solucionadas nas vidas das duas jovens, uma em 1999 e a outra em 2019. Mas uma delas não é quem parece ser, uma delas vai tomar as rédeas do tempo. Isso é só o começo de uma trama de suspense psicológico e, claro, com as consequências de se mexer no relógio da vida.
6 – Dark
Dark é uma série, mas vai entrar na categoria por não existirem muitas no estilo e, principalmente, por ser genial. As três temporadas com final fechado, não decepcionam, mas deixam com gosto de quero mais. A série começa mostrando a vida familiar e escolar de jovens numa pacata cidade alemã, Winden. Jonas, o personagem central, se recupera do trauma de ter perdido o pai, que tirou a própria vida há pouco tempo. Logo a ação começa, com o desaparecimento de uma criança, quando Jonas e seus amigos passeavam em uma floresta, próximos a uma caverna. Na procura pelo garoto, outros desaparecem, a trama toma ritmo. Muitos eventos, a princípio, não parecem ligados, mas em Winden nada é por acaso, e o futuro, passado e presente, ligam Jonas, seu pai, o garoto, os amigos, os professores, a cidade inteira, numa trama diabólica na qual o expectador não pode piscar os olhos, ou perde um detalhe importante. O final é digno de ser uma das séries mais cultuadas, mesmo sendo ainda tão recente.
7 – Somewhere Betweenn
Outra série, outro enredo excelente. Laura Price, uma produtora de telejornal, tem sua filha assassinada. Ao mesmo tempo, um homem está no corredor da morte, em seus últimos minutos antes da injeção letal, enquanto sua mãe e irmão lutam para salvá-lo. Tudo acontece muito rápido, inclusive a tentativa de Laura, de tirar a própria vida, após a perda da filha. Mas, ao acordar, ela descobre que voltou no tempo e nenhum dos eventos aconteceu ainda. Sabendo como e quando tudo acontecerá, Laura se juntará ao ex policial que tem o irmão no corredor da morte, pra tentar evitar os eventos futuros. Mas nada parece tão simples. A trama se desenvolve com plots surpreendentes e final perfeito.
8 – Interestelar
Esse filme é, sem dúvida, um dos mais cultuados do gênero, mesmo sendo tão
recente, e sua fama não é superestimada. O filme mostra uma Terra em colapso, como agravante de ser, aparentemente, irreversível. Para tentar salvar a humanidade, um grupo de viajantes espaciais tem a missão de encontrar outros mundos habitáveis em outros sistemas. Seria mais uma ficção científica comum, não fosse o drama familiar envolvido, visto que o engenheiro convocado é um pai de família, que deixa os filhos para trás e parte para salvar a Terra. Sua viagem, no entanto, não é apenas no espaço, é também no tempo. Teorias científicas sobre o tempo ser relativo e não passar no espaço, como na Terra, são colocadas em prática. O pai vê a filha envelhecer, enquanto ele permanece jovem, vê a vida passar em minutos, horas… E vê, principalmente, que está em suas mãos e nas cordas do tempo, um retorno e uma salvação. O final é surpreendente e é daqueles raros filmes de ficção científica no qual o expectador fica com lágrimas nos olhos.
9 – No limite do amanhã
Aqui, Tom Cruise cai (literalmente) de paraquedas em uma guerra contra alienígenas. Convocado, obrigado a lutar, ele protagoniza uma das cenas mais divertidas (vale lembrar que o filme mescla ficção científica, muita ação – digna de Tom Cruise – e comédia) do cinema, quando morre tentando descobrir onde está a trava da arma. Ele então acorda novamente no início e percebe que voltou no tempo. Numa alucinante (e mais uma vez, hilária) trama de “morre, acorda, luta, morre de novo”, ele tenta descobrir o motivo de seu infortúnio, quando topa com Emily Blunt, em sua melhor forma de lutadora fatal e percebe que não é o único a estar na estranha teia temporal. O filme, infelizmente, perde um pouco do humor que o marca no início, e parte para um drama e ação eletrizantes cujo objetivo é impedir o fim da humanidade. Apesar de acabarem-se os risos, Cruise e Blunt não deixam a peteca cair, e o desfecho é digno de estar nessa lista.
10 – X-Men: Dias de um futuro esquecido
Aqui vai um filme um tanto subestimado pela crítica, mas que traz reflexões importantes sobre paradoxos temporais. Wolverine, o herói e anti-herói da série, volta ao passado para impedir o futuro, no qual ele vive, onde os mutantes foram quase em sua totalidade aniquilados por máquinas especializadas em localizar e matar esses humanos superdesenvolvidos. O enredo não traz muitas novidades, ele volta em seu próprio corpo, tem que convencer outros, os responsáveis pelo futuro trágico, de que ele é um viajante temporal e que sabe que tudo deve ser feito de forma diferente, que inimigos (o icônico professor Xavier e seu rival e um dia melhor amigo, Magneto) devem se unir para salvar o futuro de todos. Dessa vez o paradoxo fica por conta de que tudo deu certo, mas a que preço? Talvez muitos não tenham se dado conta, por isso esse não costuma figurar nas listas de melhores filmes do gênero, mas o “tudo dar certo” também é tudo dar errado. Wolverine cumpriu sua missão no passado e voltou a seu presente, e nesse presente, só ele se lembra de que houve outra vida, todos os outros estão inocentes que algo lhes foi ceifado, suas vidas, vivências, até suas mortes. Há vantagens na perda? Claro, o futuro passou a ser pacífico e lindo, todos vivos, todos bem. Mas a pergunta final, que não se cala, é: você toparia apagar todas as suas memórias de vida para ter um futuro melhor? Acordar em seu corpo do passado, sem as memórias das últimas décadas, não seria um tipo de morte? Wolverine, o viajante do tempo, foi o único a acordar no futuro, consciente de que viveu outra realidade, no entanto, ele também perdeu uma vida, a do presente, pois ele saltou no tempo novamente e possuiu seu corpo do futuro, apagando o seu eu que viveu aquela vida.
Confuso? Imagine voltar no tempo. Você toparia, mesmo com todos os riscos?
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