Por Kleber Karpov
O presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, ao longo das últimas semanas deu uma aula ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em meio a diversos disparos de taxações à importação de produtos de diversos países, dentre esses do Canadá, México, China, Brasil e mais recentemente de membros da União Européia. Tais imposições comerciais resultaram em diversos ‘ricocheteamentos’ de devoluções de impostos sobre produtos importados dos EUA, revirou o mundo de ‘cabeça para baixo’, além de ‘alucinar’ levar o ‘mercado’ a um rombo trilionário.
Informações da Bloomberg apontam, desde a posse de Trump, quedas em transações comerciais registrados pelas bolsas de valores, a alcançar na quarta-feira (13/Mar), aproximadamente US$ 5 trilhões. Ao todo, o S&P 500 teve uma queda acumulada nas ações de 8,87%, com uma recuperação de 0,76% e 2,70% nos dois dias anteriores.
Casa e efeito
Para além da causa, a guerra comercial iniciada por Trump, que por si só deve ter resultados devastadores na economia mundial, para deixar o ‘Mercado’ mais ‘insano’, Trump não descarta a possibilidade de os EUA, até poucos meses com economia estável, entrarem em recessão, em decorrência da causa, e efeitos, das políticas tarifárias e também imigratória.
E o mais grave, analistas chama atenção ao fato que ‘Tio Sam’, embora tenha no corpo de conselheiros os donos de ‘big techs‘, consequentemente, de boa parte do PIB mundial, esses por sua vez, são ‘barrigas verdes’ na política, e subservientes às vontades de Trump, que tratou de garantir, não ter ao redor, contrapesos, para travar eventuais excessos do presidente norte-americano.
Cenário esse a ‘arrepiar os cabelos do mercado’, desesperado com a fuga de capitais e a incerteza da manutenção dos negócios. Seja por efeito das taxações dos produtos, que reduzem as importações dos produtos americanos; por força da retração financeira, do povo americano, em decorrência de efeito inflacionários, ou das altas de preços em decorrência da escassez de produtos.
Se soma as barreiras, também, o efeito da regionalização de consumo de produtos, decorrente do patriotismo, uma vez que as populações e mesmo governos passam, a desestimular o consumo de produtos provenientes dos EUA, e passem a consumir o de fabricantes locais.
E Lula com isso?
Presidente da República Federativa do Brasil, desde 2022, Lula segue a ‘comer nas mãos’ do ‘mercado’, nas terras Tupiniquins entenda-se ‘donos’ da Faria Lima, dentre outras ‘peripécias’ pode entrar no ‘Guines Book’ como o nicho de pior capacidade de previsão econômica, com capacidade de errar 95% das previsões sobre a economia e bolsa de valores. Informação essa publicada na reportagem UOL Notícias (25/Jan)(Veja Aqui), onde a jornalista Lílian Cunha apontou a ‘capacidade acertiva’ do ‘mercado’, embora tenha poder de influenciar a dinâmica política e econômica do país, estranhamente, desde 2021. Algo interpretado como uma franca tentativa de sabotar o governo petista.
Mesmo com tantos ‘erros’, Lula ao longo desse período, educadamente tem rebatido excessos do ‘mercado’ e implementado políticas econômicas’, ao que tudo indica, coerentes, tanto na geração de empregos, recuperação da economia e até registro de crescimento acima da meta prevista pelo Banco Central (BC), à época com o então presidente, Campos Neto, ‘mui amigo’ da Faria Lima.
Nesse contexto, dado o cenário dantesco e prejudicial ao Brasil, proporcionado por parte do ‘mercado’, talvez Lula possa aprender com a ‘aula’ de Trump. Afinal, com pouco mais de um mês de governo, ‘Tio Sam’ deu uma verdadeira aula de como lidar com ‘mercados’
Obviamente, das bandas Tupiniquins, comedido, Lula se limita a exigir respeito e empurrar verdades ‘goela abaixo’ da Faria Lima. Mas, a tática de Trump poderia, eventualmente, satisfazer alguns desejos atípicos e deixar o ‘mercado’, em frisson. Ahh, isso ia sim viu.
Em tempo
No Brasil, o efeito dessas aulas, deixa um clima de ansiedade, por parte de posicionamento de governadores brasileiros admiradores do efeito “Make America great again” (Torne a América grande novamente), lema adotado por Trump na posse à presidência dos EUA.”. Em especial dos governos de São Paulo, por Tarcisio Freitas (PL) e de Minas Gerais, Romeu Zena (Novo). Afinal, ao Brasil Trump anunciou taxação, em 25%, na importação de aços e alumínios da produção brasileira.
Iniciativas essas que devem ter um grande impacto, sobretudo aos governos de Freitas e Zema, uma vez que dados da série histórica da Comexstat do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), colocam Minas Gerais e São Paulo entre os maiores exportadores de aço brasileiro para os EUA. Relatório do Instituto Aço Brasil, aponta que o país são os maiores importadores de aço brasileiro, com 4,77 milhões de toneladas do total de 7,67 milhões de toneladas, importados, entre janeiro e setembro de 2024. Algo a se comemorar?

Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.