TSE exclui coronel do grupo de fiscalização por fake news sobre urnas

Decisão foi informada em ofício enviado ao ministro da Defesa, após Metrópoles revelar difusão de fakenews sobre urnas eletrônicas por parte do coronel



O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, informou, nesta segunda-feira (8/Ago), que decidiu excluir o coronel Ricardo Sant’ana do grupo de militares escalados para inspecionar o código-fonte das urnas eletrônicas. O caso ocorre após o portal de notícias Metrópoles, revelar que oficial do Exército difunde fake news em redes sociais além de questionar a lisura do processo eleitoral brasileiros.

A decisão foi comunicada por meio de ofício enviado ao ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, assinada pelos presidente e vice, do TSE, ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes.

“Cumprimentando-o, trago ao conhecimento de Vossa Excelência notícia veiculada a respeito de um dos militares designados como representante de fiscalização por esse Ministério, a saber, o Coronel do Exército Ricardo Sant’Anna, segundo a qual perfis por ele mantidos em redes sociais disseminaram informações falsas a fim de desacreditar o sistema eleitoral brasileiro”, diz o ofício.

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No ofício, Ainda para os ministros do TSE,  “a posição de avaliador da conformidade de sistemas e equipamentos não deve ser ocupada por aqueles que negam prima facie o sistema eleitoral brasileiro e circulam desinformação a seu respeito”. Condutas essas, que “para além de sofrer reprimendas normativas, têm sido coibidas pelo TSE através de reiterados precedentes jurisprudenciais”, completa a Corte.

Fake News

Publicações do coronel Ricardo Sant’ana seguem a linha de mentiras disseminadas pelo presidente da República – Divulgação

O TSE referenciou reportagem do Metrópoles, que mostrou “mensagens compartilhadas pelo coronel rotuladas como falsas e que se prestaram a fazer militância contra as mesmas urnas eletrônicas que, na qualidade de técnico, este solicitou credenciamento junto ao TSE para fiscalizar”. Publicações essas que seguem a linha do discurso do presidente da República e  apoiadores.

Código fonte

Ricardo Sant’ana integrava uma equipe de nove militares, quatro agentes do Exército, três da Marinha e dois da Força Aérea, que iniciaram análise do código fonte das urnas eletrônicas. Movimento esse autorizado pelo TSE, após o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, encaminhar ofício à corte, com tarja de “urgentíssimo” em que solicitou tal análise.

O código-fonte é formado por 17 milhões de linhas de comandos escritos em linguagem de programação, que compõem um software. A partir dele, o ministério pode testar a tecnologia, identificar possíveis falhas e sugerir correções, por exemplo. A intenção é checar a confiabilidade do sistema eleitoral.

O acesso aos códigos-fonte do sistema de votação foi aberto em outubro de 2021 para todas as entidades cadastradas para auditoria. As Forças Armadas, que atuam sob o comando do Ministério da Defesa, estão entre elas.



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