Última turma do RenovaDF 2023 recebe 1,5 mil alunos

Em sua sexta etapa, programa de qualificação vai ensinar carpintaria, jardinagem, serralheria e outras atividades



O Ginásio de Esportes do Cruzeiro estava lotado. Acomodados na quadra e nas arquibancadas, 1.500 homens e mulheres ouviam com atenção as orientações que saíam dos alto-falantes. Eram os novos alunos do 6º ciclo do RenovaDF, que, na manhã desta sexta-feira (24), receberam as boas-vindas ao programa de qualificação profissional do Governo do Distrito Federal (GDF).

14.654Quantidade de alunos que o RenovaDF formou desde sua criação, em 2021, em seis ciclos

O RenovaDF ensina noções básicas de carpintaria, jardinagem, serralheria e hidráulica, entre outras especialidades. Enquanto se qualificam, os alunos recuperam espaços públicos da cidade, como parquinhos, praças, quadras poliesportivas, campos sintéticos de futebol, vilas olímpicas e viadutos. Mais de 2.100 equipamentos ganharam uma cara nova pelas mãos dos aprendizes do programa, que já passou por 23 cidades do DF.

“Qualificação significa oportunidade. E, às vezes, a única coisa que a gente precisa na vida é de uma oportunidade. Muita gente já sai do Renova montando o próprio empreendimento, cuidando da sua vida profissional, com autonomia financeira”, observou a vice-governadora Celina Leão.

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As aulas do RenovaDF são aplicadas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Distrito Federal (Senai) em 4h diárias, durante três meses. Os alunos recebem kit de uniforme completo, com camiseta, bota, capa de chuva, garrafa d’água, boné e equipamento de proteção individual. O programa também fornece lanche e bolsa no valor de um salário mínimo, além de auxílio-transporte e seguro contra acidentes pessoais.

Vice-governadora Celina Leão: “Qualificação significa oportunidade. E, às vezes, a única coisa que a gente precisa na vida é de uma oportunidade. Muita gente já sai do Renova montando o próprio empreendimento, cuidando da sua vida profissional, com autonomia financeira” | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

Com a apostila do curso nas mãos, a dona de casa Aline Bessa, 34 anos, era só alegria. A moradora do Sol Nascente já havia trabalhado como vendedora e auxiliar de serviços gerais no passado. Mas desde o nascimento de seus dois filhos, ambos deficientes, precisou dar uma pausa na vida profissional para cuidar das crianças.

A dona de casa Aline Bessa diz: “Fiquei sabendo do RenovaDF pela assistente social que atende minha família. Ela disse que o programa seria uma boa oportunidade para mim, que eu poderia estudar à noite, o único horário em que consigo alguém para ficar com meus filhos”

“Fiquei sabendo do RenovaDF pela assistente social que atende minha família. Ela disse que o programa seria uma boa oportunidade para mim, que eu poderia estudar à noite, o único horário em que consigo alguém para ficar com meus filhos”, contou Aline. “Sou muito grata pela oportunidade de estar aprendendo uma nova profissão. Porque o aprendizado é pra gente, né? Ninguém pode tirar de nós.”

Novidades

Desde sua criação, em 2021, o RenovaDF formou 14.654 alunos em seis ciclos – outros 2.512 ainda estão fazendo o curso. De acordo com informações da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda do Distrito Federal (Sedet), a expectativa é de que, em 2024, o programa tenha de cinco a seis etapas, cada uma delas com aproximadamente 1.500 alunos.

“E teremos uma novidade no próximo ano: a vivência profissional, que vai aumentar em mais três meses a qualificação”, adiantou o titular da Sedet, Thales Mendes. “A ideia é que a gente pegue cerca de 20% dos alunos, os melhores deles, para fazer uma espécie de estágio em empresas previamente cadastradas, sem nenhum custo para elas. Os aprendizes continuariam recebendo a bolsa, a passagem e os uniformes nesse período.”

Na busca por um emprego, José Leite, 55 anos, vê o RenovaDF como um incentivo para retomar as rédeas de sua vida profissional. “Quem fica parado por muito tempo cria uma espécie de bloqueio na hora de procurar trabalho. Por isso, quando uma porta dessas se abre, a gente tem que aproveitar”, comentou. “O bom é que não vamos colocar a mão na massa só para receber um salário. Vamos atuar em benefício da sociedade.”

Para José, colaborar para a renovação de equipamentos públicos é o grande diferencial do programa. “Além disso, estaremos em contato com a comunidade. Quando estivermos lá, pintamos, capinando, vamos poder conversar com os moradores. Para que eles possam ajudar a cuidar, a conservar esses espaços”, ressaltou.



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FONTEAgência Brasília
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