Plantação no Serviço de Atenção Primária nº 1, na QI 3, integra projeto de qualidade de vida e medicina preventiva
Por Guilherme Pera
Um lugar para promover a alimentação saudável e a cozinha experimental estará disponível no Serviço de Atenção Primária nº 1 (antigo Centro de Saúde nº 10), no Lago Norte, a partir das 9 horas desta quarta-feira (1º). Em parceria com a administração regional, a unidade de saúde inaugurará, em suas dependências, uma horta comunitária. A ideia é ensinar técnicas de plantação e bons hábitos alimentares.
A horta divide-se em quatro espaços, três deles já ocupados com alface, beterraba, manjericão, hortelã e ervas medicinais, como guaco e cavalinha. O último servirá para uma oficina de plantio, aberta ao público, no dia da inauguração. Serão oferecidos sanduíche natural, salada de frutas e suco verde.
Motivação
A alimentação balanceada como fator para a saúde foi, aliás, o fator decisivo para o surgimento da horta. A plantação fará parte de projeto voltado para a qualidade de vida dos pacientes, com aulas de tai chi chuan, de ginástica e, a partir de quinta-feira (2), de meditação. Futuramente, serão ministradas outras oficinas, como a de elaboração de alimento orgânico para ensinar pais e mães a substituir as papinhas industrializadas dos filhos por opções mais naturais.
Segundo a gerente da unidade, Sônia Margareth Silveira, o foco é na prevenção de enfermidades. “A maioria dos diabéticos e hipertensos não nasce doente. Muitas vezes, uma alimentação baseada em fast-food leva-os a essa condição. Ao fazermos uma cozinha experimental saudável, lutamos contra o consumo de comida industrializada”, explica. “Isso é um tipo de medicina preventiva e uma fuga do habitual do nosso trabalho no centro, de sempre tratar patologias consolidadas”, complementa.
Parceria
O administrador regional do Lago Norte, Marcos Woortmann, conta que a horta foi montada para facilitar a divulgação de cuidados nutricionais como prevenção para a saúde. “É uma proposta de colaboração com o centro de saúde e um presente para a comunidade”, avalia.
A medida não acarretou custos para o governo de Brasília. Adubo, terra, mão de obra e mudas foram doados pelo Viveiro Comunitário do Lago Norte à administração regional, que os repassou para a criação da horta, e servidores do órgão levaram mudas menores.
Tipos
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), subordinada à Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, unidade do governo de Brasília responsável por hortas comunitárias, divide esse tipo de plantação em três modelos: informais, formais e institucionais.
O primeiro é formado por iniciativas sem nenhuma ligação com a empresa pública, como as hortas da 416 Norte, da 206 Norte, da 114 Sul e do parque do Sudoeste. O segundo compõe-se de pessoas jurídicas, como associações de moradores e cooperativas, que pedem autorização ao dono da terra e fazem cadastro na Emater. Um exemplo é a horta da Quadra 12 de São Sebastião. O terceiro tipo são aquelas plantadas, por exemplo, dentro de escolas e de centros de saúde, como a do Hospital Regional de Planaltina.
A atuação da Emater nos modelos informais fica limitada a orientações técnicas e workshops para quem toca a plantação. Nas formais e nas institucionais, há repasse de insumos, como adubos e sementes, além de ferramentas para o cultivo. Nesses casos, os recursos vêm de emendas parlamentares e de transferências do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. “Sempre fazemos visitas e traçamos diagnósticos. Na de São Sebastião, que tem ligação com o governo, vamos pelo menos uma vez por mês”, afirma o coordenador do Programa de Agricultura Urbana do DF, da Emater, Rogério Lúcio Vianna Júnior.
Fonte: Agência Brasília