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25 dez 2024 15:00


Venda do BRB e outras estatais antecipa o inferno astral de RR

Por José Seabra

O ‘inferno astral’ Rodrigo Rollemberg tem data para começar, e será fixada pelo Sindicato dos Bancários de Brasília. Embora os astrólogos costumem associar esse período aos 30 dias que antecedem o aniversário do nativo de cada signo, o do governador de Brasília tende a chegar 40 dias antes. Rollemberg aniversaria no dia 13 (número cabalístico do PT, também sugerido como de mau agouro), mas já nos primeiros dias de junho uma tempestade política deve desabar sobre a cabeça do ocupante do Palácio do Buriti.

Muitas pessoas acreditam que este é um momento de angústia, azar, depressão e nervosismo. São 30 dias (no caso de Rollemberg, em 2015, 40) terríveis, porque simbolizam o fim de um ciclo, acompanhado de mudanças e instabilidade.

A ciência dos astros indica que a probabilidade de nesta fase acontecerem fatalidades na vida de uma pessoa é grande. É verdade que a data não pode ser generalizada. A certeza só vem com o desenho de um complexo Mapa Astrológico. Porém, no que depender dos bancários brasilienses, não há quem transforme o inferno que virá pela frente, em um paraíso.

Para fazer da vida de Rollemberg um inferno, o Sindicato reúne já na segunda-feira (1), sua diretoria e advogados. Vão se debruçar sobre o projeto encaminhado pelo Palácio do Buriti à Câmara Legislativa, dispondo sobre a venda de fatias das empresas estatais do Governo de Brasília. A iniciativa de Rollemberg assustou a categoria. E uma ação por crime de responsabilidade, que pode desencadear no impeachment do governador, não está descartada. Para os bancários, é melhor ver Rollemberg fora do poder, a ter o Banco de Brasília nas mãos de banqueiros.

– Não temos como fechar os olhos a esse projeto, antecipa Antônio Eustáquio, diretor do Sindicato dos Bancários. “Ele permite vender toda a participação acionária representada por ações preferenciais, e até 49% das ações ordinárias. Ou seja, o capital do banco pode, a depender da composição das ações entre ordinárias e preferenciais, passar quase todo à iniciativa privada, já que para assegurar o controle acionário pela lei das S. A., basta ao acionista ter mais de 50% das ações ordinárias, pois estas dão direito a voto”, adverte.

Outro aspecto preocupante, sublinha Eustáquio, é que o projeto permite a venda de toda a participação acionária do banco nas empresas não estatais sob seu controle.

A título de ilustração, o dirigente do sindicato diz que se o projeto for aprovado na forma em que foi encaminhado à Câmara Legislativa, o banco poderá vender toda a sua a participação acionária na Cartão BRB, o que, por tabela, significa vender toda a participação na Corretora de Seguros e na Ativos, cuja participação do banco hoje é de 70%. Em síntese, significa de o banco deixar de ter qualquer participação nessas empresas.

Eustáquio alerta que essa situação “traz um risco enorme embutido, pois caso o BRB deixe de ter participação nessas empresas, o sócio (ou sócios) que assumirem o controle acionário poderão perder o balcão do banco para seus negócios, o que pode impactar negativamente no resultado financeiro. Caso isso ocorra, a sustentação da Saúde BRB pode ficar abalada, uma vez que a Associação dos Empregados do Banco de Brasília (antigo BRB Clube), dono de 30% dessas empresas, poderá ter uma redução em seu resultado. Consequentemente, não conseguirá pagar os 25% das despesas da Saúde BRB que ficam a cargo da associação.”

– O projeto é polêmico e complexo. Não se trata da mera abertura de capital do banco para fazer caixa. Querem fazer caixa para o governo, e não para o BRB. Isso é outro absurdo que se acontecer, vai fragilizar ainda mais o banco, abrindo espaço para sua completa privatização, adverte.

Segundo Antônio Eustáquio, o sindicato estuda, pautado na legislação vigente, se o anúncio do governo e posterior envio do projeto de alienação de ações do BRB à aprovação dos deputados distritais, não contraria leis que regulam a questão. O sindicalista lembra, a propósito, que a venda de ações, por se tratar de uma S. A., deveria ser precedida de fato relevante (comunicado ao mercado), e de comunicação à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), autarquia que regula o mercado de capitais, o que, sustenta, não foi feito.

– Caso se configure a infração da legislação, teríamos um caso típico de crime de responsabilidade do governador Rodrigo Rollemberg. E isso enseja abertura de processo de impeachment contra ele, afirma Eustáquio sem atenuar palavras.

Na verdade, ainda de acordo com o diretor do Sindicato dos Bancários, o governo socialista que se instalou no Palácio do Buriti “está brincando com um patrimônio que pertence ao povo do Distrito Federal. Além de trair suas promessas de campanha, de valorizar o banco e seus funcionários, o que acaba sendo um estelionato eleitoral, ele (Rollemberg) toma esse tipo de atitude atabadoalha que fragiliza a empresa, cuja situação inspira ações responsáveis. Atitudes assim são um ataque à saúde e ao futuro do BRB”.

Voltando à questão do inferno astral, o tema é complexo para quem não conhece bem a astrologia. Um conceituado astrólogo ouvido por Notibras sobre o assunto (dos astros, não da atitude intempestiva do governador em relação ao BRB), traduz inferno astral não como uma fase de azar, mas sim um momento de reflexão e avaliação para o início de um novo ciclo. Resta saber se Rollemberg acredita no que está escrito nas estrelas.

Fonte: Notibrás

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