Vigilância Sanitária interdita Pronto-Socorro e Clínica Cirúrgica no Hospital de Brazlândia



Ineditismo da ação cria desconfiança e questionamentos sobre os reais motivos da interdição de áreas do HRBz

Por Kleber Karpov

A Vigilância Sanitária (VS), vinculada a Subsecretaria de Vigilância à Saúde (SVS) da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF), interditou na quinta-feira (3/Nov) o Pronto-Socorro (PS) e a Clínica Cirúrgica do Hospital Regional de Brazlândia (HRBz). Entre os motivos da interdição estão a existência de pacientes internados em corredores, a falta de equipamentos, de materias, medicamentos, além de problemas estruturais na unidade de Sáude.

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O caso chamou atenção, tanto pelo ineditismo da Vigilância Sanitária atuar em desfavor da própria SES-DF, quanto pelo motivo, uma vez que tais problemas são recorrentes em todas as unidades hospitalares do DF.

Vale observar que, nos últimos anos, todas as ações de interdição nas unidades de saúde do DF, foram provocadas por parte de entidades sindicais e Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT).

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####SUCATEAMENTO NA SAÚDE!

Hospital de Brazlândia esta interditado pela vigilância sanitária.

Veja o vídeo!

Publicado por Fala Jovem Brazlândia em Quinta, 3 de novembro de 2016

Vigilância Sanitária fiscalizando a SES?

Corrobora para o espanto da interdição do HRBz, por parte da Vigilância Sanitária, um queixa desses profissionais em relação a falta de autonomia para fiscalizar a própria SES-DF a que são vinculadas.

O caso foi abordado por Política Distrital, em matéria, em que os profissionais se queixaram para a presidente da Agência de Fiscalização de Brasília (AGEFIS), Bruna Pinheira. Na ocasião Bruna, com ajuda da irmã, Alessandra Pinheiro, na Gerencia de Apoio a Fiscalização (GEAF) da SESDF, tentou convencer os Agentes de Vigilância Sanitária a atuarem para transferir a VS para a AGEFIS.

Sucatear para entregar?

No entanto, a ação levantou outra suspeita, a tentativa de o GDF, sucatear a rede de saúde pública para justificar a contratação de Organizações Sociais (OSs). Ao menos foi o que se percebeu por parte de uma equipe de jornalismo comunitário, em um vídeo publicado na comunidade Fala Jovem Cidadão de Brazlândia, na rede social Facebook.

A SES falou…

Tão inusitado quanto a ação da Vigilância Sanitária que poderá parar a Saúde do DF, caso faça novas incursões em outras unidades de saúde, foi o parecer da SES-DF, ao ser questionada, por Política Distrital, sobre a ação da VS, o que vale a pena ler na íntegra.

“A Secretaria de Saúde informa que o atendimento a novos pacientes de clínica médica e cirurgia geral, no Hospital Regional de Brazlândia, está restrito, temporariamente, até que a unidade se adeque às exigências feitas nesta quinta-feira (3) pela Diretoria de Vigilância Sanitária, órgão que também compõe a estrutura da pasta. Neste período, os cidadãos deverão buscar outras unidades de saúde e terão como referência o Hospital Regional de Ceilândia. Casos gravíssimos que chegarem a Brazlândia serão atendidos. Pacientes internados permanecem com assistência.

A Subsecretaria de Vigilância à Saúde – onde a Vigilância Sanitária está contida –  esclarece que foi acionada por meio de ligações à Ouvidoria da Secretaria. Durante a fiscalização, foi constatado que o hospital funcionava com pacientes além de sua capacidade, número de profissionais reduzido, baixo quantitativo de alguns materiais e equipamentos fora de operação. Todos esses pontos foram apresentados à direção do hospital, que já trabalha para solucioná-los.

Para atender de imediato aos pontos elencados pela Diretoria de Vigilância Sanitária, a direção do Hospital Regional de Brazlândia implantou o acolhimento e classificação de risco, além de efetuar o desbloqueio de enfermaria para acomodar pacientes que estavam em corredor.

A direção procedeu, ainda, com a remoção de pacientes para outras unidades e providencia a correção de problemas estruturais, como manutenção corretiva e reforma.

Diariamente, o Hospital Regional de Brazlândia atende, em média, 164 pacientes na clínica médica e 43 na cirurgia geral. Ainda não há um prazo para que o atendimento volte à normalidade. A Secretaria de Saúde, contudo, trabalha para que o período de restrição seja o mais breve possível.”.

“O que será, que será”…

Em tempos de crises, greves e OSs, resta saber o que de fato está acontecendo, o que cria mais perguntas. A Vigilância Sanitária, finalmente criou coragem? A fiscalização deve atingir outras unidades de Saúde? Isso não é uma ação orquestrada da SES-DF? Será que não é uma manobra para justificar as OSs? Com a palavra, o tempo, senhor de todas as razões. Mas, que venham novas fiscalizações.



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