Withman, o destruidor do ‘Ceilândia Sempre Viva’. Mas o que houve Withman?



Promessa de grande evento se tornou fiasco. Falta de organização, brigas e acusações, marcaram início do que promete se tornar instrumento sem precedentes para ‘discutir a relação’ com classe política com mandato  

O que poderia se tornar a maior manifestação popular da história política brasileira se tornou um fiasco, ao menos por enquanto. Um grupo criado no aplicativo Whatsapp, denominado Ceilândia Sempre Viva, formado em essência por lideranças comunitárias e moradores da Região Administrativa Ceilândia, se mobilizou, partiu para cima e intimou a classe política do DF para uma mega-sabatina. Mas uma iniciativa unilateral jogou um banho de água fria no debate, quase histórico.

Ceilândia Sempre Viva lota sabatina para fazer cobranças aos políticos - Foto: Kleber Karpov
Ceilândia Sempre Viva lota sabatina para fazer cobranças aos políticos – Foto: Kleber Karpov

Com dois anos de muita inércia por parte do governo, o grupo se organizou, estabeleceu o formato da intimação da classe política, se estruturou e montou os tablados ao lado da Feira Central de Ceilândia no sábado (11/Dez).

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A manhã do evento foi de expectativa em relação ao comparecimento dos políticos, para prestar contas à sociedade. E eles vieram, inclusive, o governador e vice, Rodrigo Rollemberg (PSB) e Renato Santana (PSD). Também atenderam o chamado o senador Hélio José (PMDB), os deputados federais Izalci Lucas (PSDB), Rogério Rosso (PSD), Roney Nêmer (PP),  Erika Kokay (PT), Ronaldo Fonseca (PROS); os distritais Celina Leão e Raimundo Ribeiro, ambos do PPS, Chico Vigilante (PT), Luzia de Paula (PSB), além do superintendente da Superintendência do Patrimônio da União do DF (SPU-DF), Nilo Gonsalves, da ex-governadora do DF Maria de Lourdes Abadia, do administrador regional de Ceilândia, Vilson José de Oliveira, o diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF (Codhab), Gilson Paranhos.

Com três tablados, um lateral para as autoridades, outro central para os moderadores e os moderadores se manifestarem e um terceiro para a imprensa. Área cercada, aparato de som e de vídeo, ambiente coberto, deu um ar de tudo perfeito para uma manifestação popular impar. Com microfones alternando entre um grupo seleto de organizadores, palavras de ordem foram proferidas, atenções foram chamadas e bola para frente. Nesse contexto, surge Withman, radialista da cidade, que ‘assumiu responsa’ para conduzir a moderação e andamento da sabatina política.

Porém, logo no início do evento, um clima tenso tomou conta dos bastidores. Organizadores do Ceilândia Sempre Viva se exaltaram e começaram uma discussão que, por pouco, não terminou em briga, algo perigoso para o local cheio com crianças, tablados relativamente altos e pouco policiamento. Ânimos contidos, tudo certo, afinal a responsabilidade era enorme e o inédito evento, de peso e um marco para a história política brasileira.

O formato planejado, de questionamento de uma liderança e resposta de cada um dos políticos, se mostrou inviável. Mesmo se dispondo a ‘mostrar a cara’ a parte da classe política ali presente tinha agenda a cumprir.

Uma das críticas de uma das lideranças a se manifestar, cobrou para o pessoal do condomínio Por do Sol, o registro postal, de modo que pudessem receber correspondências. Outro questionamento foi as escrituras de 800 famílias, daquele setor. A falta de insulina no Centro de Saúde 09 e o semáforo, na quadra 10, ambas as reivindicações no setor P Sul foram cobrados dos políticos.

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O líder comunitário cultural, Kaká Silva, questionou o sectarismo profissional em relação a artistas e músicos – Foto: Kleber Karpov

O primeiro questionamento perfeito, foi realizado pela liderança cultural, Kaká Silva, que cobrou dos políticos, a segregação da classe cultural por parte dos políticos e criticou a falta de respostas de ofícios encaminhados à Secretaria de Estado de Cultura do DF.

“Olha só o secretário colocou no Decreto 196 para o carnaval de 2017 dizendo que não pode contratar artista, aí todo mundo fala beleza, está faltando remédio, mobilidade, então não vamos gerar trabalho e renda para os músicos porque o DF está um caos. Todo mundo vai concordar fala não vamos fazer show não. Então em virtude disso vamos fazer o seguinte? Não pode contratar negros. Tem gente chateado agora. Não pode contratar mulheres. Vão ficar chateados. Não pode contratar homossexuais. Tem gente chateada. Não pode contratar deficientes físicos e mentais. Muita gente está chateada, a classe está chateada, todo mundo chateado. Por que pode sair um decreto ou uma portaria dizendo que não pode contratar um artista? Não pode se investir em cultura, que o artista não pode investir em cultura, que o artista não tem que depender de dinheiro do Estado, sendo que o Estado gera para os comissionados 10 mil empregos. Gerente de cultura está fazendo o que hoje se não tem cultura? O cara está recebendo salario, décimo terceiro, todos os benefícios para fazer o quê? Nada. Isso é justo? Não é justo porque tem muita gente na rua que está trabalhando.”, disse ao observar “A classe artística no DF está massacrada.”.

Izalci Lucas

Após o questionamento de Kaká Silva o deputado Izalci Lucas lembrou que “governar é ouvir a comunidade”, falou que enquanto coordenador da bancada do DF do Congresso Nacional, que destinou R$ 112 milhões, por meio de emendas impositivas, para 11 escolas de tempo integral, duas em Ceilândia, “uma na norte e outra na sul”. Outros 112 milhões para trocar todas as caldeiras dos hospitais, “inclusive o hospital de Ceilândia. R$ 10 milhões para informatizar a Saúde.

O parlamentar observou ainda que falta políticas públicas de Estado, para atender as demandas de Cultura e Esporte. Izalci Lucas lembrou que destinou R$ 400 mil, em 2015 e que em 2016, o valor foi aumentado. “Na cultura de fato o DF está devendo. Não só os monumentos, mas principalmente a cultura da cidade. Ceilândia tem tradição nisso, então tem que investir mais. Vamos também colocar uma emenda também para a cultura.”.

Withman chamou o senador Hélio José para se manifestar e observou que o deputado Roney Nemer, precisaria sair para ir a um enterro. Ao fundo, os organizadores se queixavam do tempo de fala do parlamentar e da falta de organização. Outra liderança, João Paulo, assumiu o microfone para pedir organização e insistiu no formato de pergunta de liderança e respostas dos políticos.

Após mais algumas considerações de Withman, falou da necessidade de os políticos permanecerem presentes na sabatina para serem questionados pelas lideranças presentes. “Raimundo Ribeiro por exemplo desmarcou acho que quatro agendas para estar aqui hoje. A deputada Celina Leão também.”. Disse ao observar que Roney Nemer e o senador Hélio José teriam que se ausentar, mas voltariam para responder as perguntas da comunidade de Ceilândia. Com a demora do evento, Rogério Rosso saiu a francesa e deixou o evento.

Senador Hélio José

Senador Hélio José, preparado para sabatina do Ceilândia Sempre Viva
Senador Hélio José, preparado para sabatina do Ceilândia Sempre Viva – Foto: Guarda Jânio

Ao se manifestar, observou que direcionou R$ 10 milhões em emendas para mandar para Ceilândia, a ser utilizado na Saúde em energia solar fotovoltaica e placas, mas que o GDF o pediu para realocar o recurso para fazer a subestação dos hospitais de Base (HBDF) e de Planaltina (HRPL), sendo que do montante, R$ 2 milhões seriam destinados à unidade de Ceilândia (HRC).

O senador observou ainda que outros R$ 112 milhões, da bancada do DF no Congresso, serão destinados a troca das caldeiras dos hospitais do DF, incluindo o HRC.

Hélio José informou ainda que R$ 1,1 milhões serão liberados para a construção de um campo do Centro de Ensino 03, na cidade. E que Sol Nascente e Por do Sol, deve receber em 2017, R$ 550 mil, destinado a obra de outro campo de futebol. O senador lembrou ainda que todos os parlamentares da bancada do Congresso, devem colocar recursos, para escolas no Por do Sol.

Roney Nêmer

O parlamentar criticou o GDF que por falta de projetos, desperdiça recursos destinados por meio de emendas parlamentares. Nêmer observou que não direcionou recursos para a Cultura em 2016, por incapacidade de o governo executar cerca de R$ 900 em emendas no ano anterior.

“Para a cultura, na emenda individual eu não coloquei nada Kaká, você me perdoa, porque o que eu coloquei o ano passado a gente perdeu, porque os secretários estão com dificuldades de executar [as emendas parlamentares].”.

Em seguida Nêmer fez uma retificação e observou que nesse ano, direcionou cerca de R$ 600 mil para a recuperação de casas antigas na Vila Planalto.

O parlamentar lembrou ainda que a bancada do DF no Congresso, destinou cerca de R$ 2,5 milhões em 2016 e para 2017, mais R$ 1 milhão. “Mas é preciso que o GDF faça os projetos e a gente efetivamente use essas emendas para o bem da família ceilandense.”.

Rollemberg chega…

Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília.
Políticos durante o Ceilândia Sempre Viva – Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília.

Estranhamente, atropelando os parlamentares presentes, Withman, coloca o chefe do Executivo que pegou o ‘bonde andando’ e furou o protocolo da sabatina. Sem noção dos questionamentos direcionados por Kaká, Rollemberg fez uma verdadeira prestação de contas e fez uma interessante revelação.

Àqueles que pensavam o governador governa apenas para a população de Brasília e deixou as regiões administrativas à mercê da própria sorte, descobriu que boa parte do esforço de gestão do governador estão concentrados em Por do Sol e Sol Nascente. “Nós vamos transformar o Sol Nascente em uma cidade com uma das melhores qualidades de vida de Brasília.”.

Nesse contexto, Rollemberg informou que há cerca de duas semanas, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, um empréstimo de U$ 150 milhões para fazer a infraestrutura do Por do Sol.

Sobre esse prisma, Rollemberg lembrou as obras de drenagem, de recapeamento e de infraestrutura nos Setores Habitacionais Por do Sol e Sol Nascente.

O governador listou ainda a entrega de dois terminais rodoviários na região administrativa (um na QNR e outro no P Sul), a reforma do Centro Educacional 7, a construção de duas unidades básicas de saúde e o início das obras do trecho de ligação da Avenida Hélio Prates com o Sol Nascente.

“Também inauguramos o restaurante comunitário do Sol Nascente, de grande valia para aquela população. Em janeiro vamos entregar 800 escrituras para os moradores de Ceilândia, das QNPs”.

De volta a sabatina

Withman voltou a explicar a ‘regra do jogo’ e convidou outra liderança comunitária, a Flávia, do Setor O Essa por sua vez cobra as emendas direcionadas para Ceilândia, o galpão comunitário, com obra iniciada em 2010 e paralisada desde então.

Flávia cobrou ainda explicação sobre cobranças de R$ 1.200 por escrituras, quando deveriam ser, de acordo com a liderança, gratuitas. A líder também cobrou explicações sobre o abandono das quadras 21 a 27 do Setor O.

Celina Leão

Celina Leão fala sobre emendas para a Ceilândia - Foto: Kleber Karpov
Celina Leão fala sobre emendas para a Ceilândia – Foto: Kleber Karpov

Ao ser convidada a falar, a distrital, observou que faz parte do Ceilândia Sempre Viva onde sugeriu que cada parlamentar direcionasse recursos para a cidade. A parlamentar lembrou ainda a importância de o grupo acionar os parlamentares para saber quais devem destinar recursos para Ceilândia. Questionada, Celina Leão prometeu disponibilizar R$ 3 milhões para a cidade.

Destinação de recursos

Na sequência Vilson, administrador de Ceilândia foi questionado se a emenda disponibilizada seria executada para as melhorias da Cidade. Vilson afirmou que tão logo a emenda chegasse e fosse liberada, se sentaria com Celina Leão para definir onde a parlamentar gostaria de ter o recurso aplicado.

A Leoa, como é conhecida, interveio e disse que a comunidade deveria definir a destinação da verba.

Chico Vigilante

Convidado a se pronunciar sobre a destinação de emendas para Ceilândia. O parlamentar fez uma ressalva sob a “obrigação de falar a verdade” em que explicou que emenda parlamentar “não é dinheiro, emenda parlamentar é uma carta de intenção”.

O petista, explicou que para a execução de uma emenda é necessário ter um projeto executivo, que as verbas passam por licitação, passíveis de judicialização e que o processo é lento.

Vigilante criticou a gestão de Rollemberg, ao mencionar a destinação de R$ 380 mil destinado a um Posto de Saúde na Expansão do Setor O.

“Lá tem um posto de saúde que eu, a deputada Luzia, estivemos lá, garantimos recurso para a conclusão. O Secretário foi com a gente, garantiu que terminava a obra, porque eu botei o dinheiro, está lá. Eram R$ 380 mil para terminar, o senhor secretario diz que ia entregar em outubro e não entregou e agora está dizendo que só vai entregar em agosto. Portanto, eu quero o compromisso do senhor [Rollemberg], de entregar aquele Posto de Saúde porque é uma necessidade daquele povo.”.

Questionado sobre quanto destinaria para Ceilândia, Vigilante anunciou que havia direcionado R$ 7 milhões para a cidade. Após se apresentar, o petista, deixou o evento.

Raimundo Ribeiro

O parlamentar ao ter a palavra elogiou a iniciativa do grupo por resgatar a “democracia direta” em que as pessoas exigem prestação de conta dos governantes.

Ribeiro após cumprimentar os políticos presentes, observou que fez questão de convidar para trabalhar no gabinete, para servir a população de Ceilândia. O parlamentar criticou a falta de gestão por parte do governo ao sugerir que apenas colocar emendas, não resolve os problemas da cidade e cutucou Rollemberg.

“O que nós precisamos é ter um governo operante. É um governo que na hora que abrir um buraco na porta da sua casa, ele esteja pronto para tapar. É um governo que entenda que aumentou a criminalidade no DF, em especial, na Ceilândia, que precisa parar de brigar com a polícia e botar a polícia nas uras para poder nos dar a segurança necessária.”.

O parlamentar continuou a espetar Rollemberg ao observar a intervenção do governador na eleição da presidência da CLDF, quando deveria estar preocupado em gerir o DF.

“É isso que faz com que um governo exista. Governo não foi feito para se meter na eleição da Câmara Legislativa. Governo foi feito para satisfazer as necessidades da população do DF. Então temos que parar de usar subterfúgios. Eu posso chegar aqui e dizer para vocês, eu vou colocar os R$ 18 milhões que eu poderia botar, para a Ceilândia, mas a questão não é eu botar, é saber se o governo vai executar. É saber se o governo assume o compromisso para satisfazer a necessidade da população. Lamentavelmente em 2015, nós recebemos a visita do governo na CLDF, para colocar dinheiro na saúde, e todo mundo viu qual foi o resultado, e ai entrou a polícia, entrou o Ministério Público no meio e a confusão foi instalada.”, disse ao afirmar que pode destinar R$ 3 milhões para Ceilândia, ao ser questionado.

Apartidarismo x Reconhecimento

Na sequência, um dos organizadores do evento, liderança da região do Sol Nascente e Por do Sol, João Paulo, elogiou o trabalho de Rollemberg, mas cobrou informações sobre 2.000 casas, fora da poligonal, que devem ir ao chão. “O governador já foi no Sol Nascente, 16 vezes, em dois anos de mandato, nenhum governador fez isso.”, disse com um coro ao fundo “Viva Rollemberg”.

Respeito

O evento perdeu o foco e outro organizador, não identificado, tomou o microfone e cobrou respeito aos presentes, na sequência, se voltou ao governador do DF e pediu respeito aos presentes.

Dois minutos e fim…

Em seguida outra liderança, apresentou uma nova proposta de duas lideranças se posicionar e um parlamentar na sequência e redefiniram o tempo para dois minutos de fala.

Sem controle sobre a situação a liderança, fez um discurso e sugeriu que as pessoas, não puxassem saco dos políticos e que cobrassem a verdade em relação as pretensões para Ceilândia. Nesse interim. Rollemberg, furou, novamente, o protocolo, desceu para o tablado para conversar com os presentes.

Na sequência, outro organizador, Luciano, também interviu para sugerir que Ceilândia Sempre Viva, pegou o microfone para explicar que estavam a duas noites sem dormir para organizar o evento. “Eu não vim aqui para puxar o saco de ninguém”.

Sufocado pelos presentes, Withman, tomou outro microfone e anunciou o encerramento do evento.

“Nós tentamos o melhor para a nossa cidade. Infelizmente, não foi possível. Vamos encerrar esse evento porque ele saiu. Ele desvirtuou, vamos chamar os deputados para encerrar.”.

A ação de Withman, desencadeou confusão, novo início de discussão em cima do tablado e o evento se tornou inviável.

Críticas

Ao Política Distrital, Luciano, um dos organizadores, explicou que o orador [Withman], perdeu o controla da situação. “Chegou a um ponto que tinha muita gente e perdeu o controle no sentido de o orador, que estava dirigindo o evento, indicar quem era para estar junto com a comunidade. Nós fizemos o levantamento, na noite passada, que era para fazer as cobranças para o governador, só que não pudemos fazer por causa do número de pessoas que estava em cima do palco, então essa foi a dinâmica.”, disse.

Cancelamento de agenda

Luciano se desculpou em relação aos parlamentares por não poder se manifestar. “O grupo Ceilândia Sempre Viva, não se responsabilizar por uma meia dúzia de pessoas que vieram para tumultuar o evento.”. Para o organizador, algumas questões ficaram sem explicação, a exemplo das derrubadas em Sol Nascente.

Outro a criticar o evento, foi Marcelo, assessor do deputado federal, Ronaldo Fonseca, que explicou que o parlamentar havia deixado de cumprir uma agenda no Tororó, situado na área de condomínio próximo a São Sebastião. Fonseca, não chegou a se manifestar durante a Sabatina.

Demandas

Para Luciano, entre as principais demandas, que seriam colocadas na sabatina, estão os problemas com segurança púbica, asfaltamento de vias, revitalização das unidades de saúde, a regularização do Por do Sol e do Sol Nascente.

Segregação

Luciano falou ainda sobre a ideia de segregação de Ceilândia em detrimento do Por do Sol. “O governador tem que entender que o Sol Nascente não é só o trecho 1, o Sol Nascente é o trecho 1, 2 e 3. O Por do Sol também faz parte de uma politica habitacional. Nós temos dois secretários, que são técnicos, com todo respeito, mas não são políticos. E a gente precisa de políticos para lidar com essa área de habitação. É uma área melindrosa que não pode ser vista de qualquer forma.”.

Bastidores

Após o fiasco do evento com o cancelamento do evento, trocas de acusações, promessas de processos e acusações de utilização política do Ceilândia Sempre Viva circulou fora e dentro do próprio Whatsapp. Mas uma coisa é quase unânime, vários membros do grupo condenaram a ação unilateral de Withman ao cancelar a sabatina.

Em uma das manifestações um dos organizadores criticou Withman por não consultar ao menos os colegas que encabeçaram o movimento.

Ceilândia Sempre Viva, continua…

Para Guarda Jânio, um dos organizadores, Ceilândia Sempre Viva deve dar continuidade ao projeto.

Ceilândia Sempre Viva não pode parar por causa de alguns vamos corrigir os erros é  seguir em frente pois ainda acredito nesse grupo que tem 256 membros tem mais de 200 querendo entrar, o mais importante que  todos conhecem a máquina do governo por dentro é por fora porque muitos são assessores de parlamentares na esfera distrital, federal, senado, governo os que fizeram parte dos governos passados tem muito a contribuir com a nossa Cidade o grupo Ceilândia Sempre Viva é maior do que qualquer desavença a nossa  bandeira sempre será por uma Ceilândia Cada vez melhor de se Morar lutar incondicionalmente pelos nossos direitos daqueles que prometerem principalmente as indicações das emendas parlamentares destinadas para nossa cidade se prometer vamos trabalhar para ser executada junto ao órgãos do governo minha opinião como se diz já que criou o grupo ninguém pode acabar por somos filho desta cidade esse não é de ninguém é simplesmente da cidade.”

História

Criado em 12 de outubro desse ano Ceilândia Sempre Viva em poucas semanas se tornou um frisson na Capital do país, pois o grupo se dedicou a discutir com seriedade as questões relacionadas à região. Disputado, uma vez que a capacidade máxima do grupo é de 256 pessoas, uma máxima dos ditos populares foi mencionado no dia da sabatina.

A outra parte

Ainda no evento, em uma discussão com um dos organizadores, Withman chateado por uma postagem no whatsapp, falou sobre o motivo do cancelamento do evento. “Fez isso porque todo mundo bagunçou isso aqui. Ninguém participou de reunião porque as pessoas. […] Eu também achei errado tudo que aconteceu aqui. […] Porque aqui só tinha bagunceiro. Vocês que estavam fazendo bagunça aqui.”.

O interlocutor, não identificado, criticou por começar as perguntas sobre cultura, pois haviam outras prioridades.

O Blog entrou em contato com Whitman, para pegar a versão, após tumulto, mas não obteve retorno até o momento da publicação.

Saldo

Das 16 autoridades políticas que tomaram acento, metade, serviu apenas de expectador e ficou na expectativa de se manifestar. Das tantas demandas a serem apresentadas, apenas a cultura foi efetivamente discutida, ainda assim, o foco se restringiu a emendas para Ceilândia quando uma discussão maior, a segregação profissional poderia entrar, também, no foco das discussões. Das Lideranças Comunitárias, cerca de meia dúzia se pronunciaram.

Opinião

Ceilândia Sempre Viva, mobiliza políticos para prestar contas
Ceilândia Sempre Viva, mobiliza políticos para prestar contas – Foto: Reprodução

A iniciativa de Ceilândia Sempre Viva é louvável e inovadora sob a ótica de a população se manifestar, organizar e cobrar das autoridades políticas a contrapartida as promessas de campanha e a prática no processo de gestão.

Os atropelos existiram, talvez pela tensão do momento, pelo calor da emoção, pela iniciativa inédita, a falta de experiência na condução de uma proposta tão simples, e ao mesmo tempo tão complexa, colocar representações políticas, convergentes, divergentes e em alguns casos, de posicionamentos dúbios para interagir em um único palco.

Valeu a experiência. Mesmo sem êxito na execução, Ceilândia Sempre Viva desmonta até mesmo a Roda de Conversa onde o ente político cria um ambiente controlado e em monólogo, diz e ouve, em essência, o que quer.

Que o grupo reveja conceitos, estabeleça a base democrática na condução do evento. Que seja precursora da multiplicação de outras tantas Regiões Administrativas Sempre Vivas, e o principal, continue com a adesão da classe política e a ela dê voz para prestar contas de verdade.

Da Redação com informações de Informando e Detonando e Agência Brasília

Atualização: 13/12/16 às 2h02



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